"Exortamos as autoridades para que tomem medidas exemplares para que esses atos, esse tipo da atuação da nossa polícia não se repita, porque o uso de arma de fogo é num momento extremo e devem existir fundamentos", disse o secretário-geral da Frelimo, Chakil Aboobakar, citado hoje pela comunicação social.
Um agente da polícia moçambicana foi linchado por populares, na segunda-feira, após a morte de uma criança a tiro durante perseguição na província de Maputo, sul de Moçambique, causando agitação social, com viaturas queimadas e bloqueio da Estrada Nacional 1, principal via terrestre do país, anunciou o Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), em comunicado.
Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral da Frelimo disse que o carro que foi perseguido pelas autoridades policiais não colocava em causa a segurança do Estado moçambicano, referindo que deviam ter sido tomadas "medidas menos excessivas".
Na mesma intervenção, Aboobakar condenou o linchamento por populares de um dos polícias envolvido na perseguição.
"Acho que houve excesso de zelo da polícia, por isso condenamos e nos solidarizamos com a família do menor que perdeu a vida, mas também desaconselhamos, desencorajamos e condenamos a ação da população por ter reagido na mesma medida e podia se ter evitado essas duas mortes", disse.
Em causa estão quatro agentes da polícia que alegadamente mataram a tiro uma criança de 12 anos, na província de Maputo, durante uma perseguição, usando um carro particular, à viatura em que o menor seguia com os seus pais para a província de Manica, no centro de Moçambique.
A polícia moçambicana avançou no mesmo dia que foi instaurado um processo disciplinar contra os agentes "com vista à sua expulsão", enquanto decorrem outras diligências para a responsabilização criminal dos polícias.
O Comando-Geral da PRM lamentou as mortes da criança e do agente da corporação, enquanto pede que a sociedade moçambicana não se paute pela justiça "pelas próprias mãos, independentemente das circunstâncias".
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