"Durante duas semanas, as unidades de ataque [ucranianas] varreram gradualmente, casa a casa, e hastearam a bandeira ucraniana sobre a aldeia", afirmou um porta-voz militar num vídeo divulgado pelas forças ucranianas, mostrando também dois soldados a hastear a bandeira da Ucrânia no topo de um edifício danificado.
Soldados do 425º Regimento "Skelia", adiantou a mesma fonte, destruíram todas as posições russas na localidade do leste do país.
Udachne fica a cerca de 10 quilómetros a oeste de Pokrovsk, uma cidade estratégica que se tornou uma das áreas da linha da frente mais ferozes do leste da Ucrânia.
O anúncio de hoje foi feito apenas um dia depois de o exército ucraniano ter anunciado a libertação da aldeia vizinha de Novoekonomichne.
As forças ucranianas têm estado nos últimos meses sobretudo na defensiva, perante contínuos assaltos de tropas russas, que segundo Kyiv deixaram 291 mil soldados russos mortos ou feridos desde a primavera.
Apesar de alguns ganhos russos, a linha da frente não se movimentou significativamente, e com a chegada das chuvas outonais tornam-se mais difíceis as condições para movimentos ofensivos de tropas e blindados, até à chegada do inverno gélido.
Nas próximas semanas, afirmou na segunda-feira o porta-voz do 11º Corpo de Exército ao canal televisivo ucraniano Suspilne, a Rússia deverá lançar novos ataques contra a cidade de Siversk, na região de Donetsk, num esforço para estabelecer uma posição na área.
As forças russas avançaram na região de Donetsk durante o verão, em direção a Dobropillia, concentrando os seus principais esforços nas cidades de Pokrovsk e Kostiantynivka.
No entanto, a Rússia não conseguiu consolidar as suas posições nem obter ganhos territoriais significativos, capturando apenas alguns pequenos povoados rurais, segundo o site noticioso Kyiv Independent.
Segundo o grupo de monitorização ucraniano DeepState, a ofensiva russa abrandou 18% em agosto, com as forças russas a ocuparem 464 quilómetros quadrados (180 milhas quadradas) de novo território.
Siversk, o novo potencial alvo da Rússia, fica a cerca de 10 quilómetros a oeste da aldeia ocupada de Verkhniokamianske, na região de Donetsk, e tem atualmente cerca de 400 habitantes, 20 vezes menos do que no início da invasão russa em fevereiro de 2022.
"Na direção de Siversk, o inimigo continuará a tentar operações de assalto com equipamento (pesado) até ao início das chuvas de outono. Esperamos outro ataque em grande escala", disse Dmytro Zaporozhets, porta-voz do 11º Corpo de Exército, citado pelo Suspilne.
As forças russas, acrescentou o porta-voz, pretendem garantir uma posição perto de Siversk antes que o inverno se instale, permitindo-lhes lutar pelo controlo da cidade ou contorná-la durante nos meses mais gélidos.
Segundo Zaporozhets, a intensificação dos bombardeamentos a norte de Siversk está a permitir que as forças russas avancem destruindo posições ucranianas com artilharia, e o número de ataques de mísseis russos na direção de Lyman quase triplicou.
"A escala dos bombardeamentos de artilharia nesta área aumentou quase três vezes recentemente. Se antes havia 80-90 bombardeamentos por dia, hoje podem ser 190 ou 200", disse o porta-voz.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou no sábado que a Rússia pode estar a preparar uma nova ofensiva em grande escala em Pokrovsk, na região de Donetsk.
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