A captura de Novoekonomichne (leste) por unidades de assalto do 425º Regimento "Skelia" foi anunciada pelo Estado-Maior ucraniano nas redes sociais, acompanhada de um vídeo do hastear da bandeira ucraniana no centro da localidade, alegadamente filmado no domingo.
"Levámos duas semanas a avançar gradualmente, passo a passo, por todas as ruas. À noite --- deslocação de tropas, deteção de inimigos, ataque coordenado e operações de limpeza", refere o vídeo.
As forças ucranianas têm estado nos últimos meses sobretudo na defensiva, perante contínuos assaltos de tropas russas, que segundo Kyiv deixaram 291 mil soldados russos mortos ou feridos desde a primavera.
Apesar de alguns ganhos russos, a linha da frente não se movimentou significativamente, e com a chegada das chuvas outonais tornam-se mais difíceis as condições para movimentos ofensivos de tropas e blindados, até à chegada do inverno gélido.
Nas próximas semanas, afirmou o porta-voz do 11º Corpo de Exército ao canal televisivo ucraniano Suspilne, a Rússia deverá lançar novos ataques contra a cidade de Siversk, na região de Donetsk, num esforço para estabelecer uma posição na área.
As forças russas avançaram na região de Donetsk durante o verão, concentrando os seus principais esforços nas cidades de Pokrovsk e Kostiantynivka, à medida que avançavam em direção a Dobropillia.
No entanto, a Rússia não conseguiu consolidar as suas posições nem obter ganhos territoriais significativos, capturando apenas alguns pequenos povoados rurais, segundo o site noticioso Kyiv Independent.
Siversk, o novo potencial alvo da Rússia, fica a cerca de 10 quilómetros a oeste da aldeia ocupada de Verkhniokamianske, na região de Donetsk, e tem atualmente cerca de 400 habitantes, 20 vezes menos do que no início da invasão russa em fevereiro de 2022.
"Na direção de Siversk, o inimigo continuará a tentar operações de assalto com equipamento (pesado) até ao início das chuvas de outono. Esperamos outro ataque em grande escala", disse Dmytro Zaporozhets, porta-voz do 11º Corpo de Exército, citado pelo Suspilne.
As forças russas, acrescentou o porta-voz, pretendem garantir uma posição perto de Siversk antes que o tempo mude, permitindo-lhes lutar pelo controlo da cidade ou contorná-la durante o inverno.
Segundo Zaporozhets, a intensificação dos bombardeamentos a norte de Siversk está a permitir que as forças russas avancem destruindo posições ucranianas com artilharia, e o número de ataques de mísseis russos na direção de Lyman quase triplicou.
"A escala dos bombardeamentos de artilharia nesta área aumentou quase três vezes recentemente. Se antes havia 80-90 bombardeamentos por dia, hoje podem ser 190 ou 200", disse o porta-voz.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou no sábado que a Rússia pode estar a preparar uma nova ofensiva em grande escala em Pokrovsk, na região de Donetsk.
A Ucrânia continua também a ser alvo diário de ataques noturnos russos.
Desde o início da invasão da Rússia em grande escala na Ucrânia, em fevereiro de 2022, as forças russas mataram mais de 3.400 habitantes da região de Donetsk e feriram quase oito mil.
Estes números não incluem as mortes ocorridas em Mariupol e Volonovakha.
Na madrugada de quinta-feira, ataques russos mataram 25 pessoas na capital Kyiv, incluindo quatro crianças.
Segundo números hoje divulgados pelo Comando da Força Aérea das Forças Armadas da Ucrânia no Telegram, no mês passado, as unidades de defesa aéreadestruíram 6.346 alvos aéreos, incluindo cinco mísseis balísticos aéreos Kh-47M2 Kinzhal, 55 mísseis de cruzeiro Kh-101/Kh-55SM, 20 mísseis balísticos Iskander-M/KN-23, 20 mísseis de cruzeiro Kalibr, além de outros mísseis e 'drones'.
Para além do combate aéreo, a aviação ucraniana reivindicou a destruição de 438 alvos aéreos, como postos de comando, centros logísticos e concentrações de pessoal e equipamento inimigos.
Leia Também: Pelo menos três mortos em ataques russos na região de Donetsk