"A visita de urgência é para constatar como o sistema está a reagir e a organizar-se para responder com qualidade às várias demandas. Felizmente, até agora não se registam epidemias. O objetivo é educar, formar e prevenir surtos, evitando ter de intervir posteriormente", afirmou o ministro, numa conferência de imprensa na cidade da Praia.
O governante explicou que o período crítico ocorre entre 10 e 20 dias após a calamidade, devido ao contacto com águas acumuladas e esgotos misturados nas ruas, aumentando o risco de doenças.
A visita inclui avaliações ao hospital central, à delegacia de saúde e aos apoios de missões médicas estrangeiras.
"É urgente verificar como está organizado o sistema de saúde para responder com qualidade às necessidades da população", acrescentou.
Jorge Figueiredo recordou que a primeira fase da resposta à tempestade envolveu a Proteção Civil, as Forças Armadas, a sociedade civil e a Câmara Municipal, focando-se no apoio imediato às pessoas afetadas e na identificação de vítimas. Agora, o foco é a prevenção de novas complicações para a saúde pública.
"Este é o momento de reforçar o alerta do sistema de saúde, apoiar São Vicente e ajudar a ilha a superar os problemas resultantes da calamidade", concluiu.
Desde o início de agosto, Cabo Verde tem reforçado medidas de prevenção e controlo da malária, capacitando técnicos e melhorando o saneamento básico, como parte de um esforço contínuo para evitar surtos da doença, após registo de 30 casos desde janeiro.
A presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) alertou para os riscos sanitários na ilha e defendeu mais apoios externos e reforço da resposta após a tempestade de 11 de agosto.
A nova representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Cabo Verde garantiu ajuda de urgência para as ilhas afetadas, incluindo envio de medicamentos, prevendo surgimento de doenças pós-tempestade.
Moradores em São Vicente admitiram à Lusa receio de contrair doenças devido à acumulação de lixo e água nas ruas.
As cheias deixaram bairros inundados, destruíram estradas, pontes e estabelecimentos comerciais, afetaram o abastecimento de energia e provocaram nove mortos, havendo ainda duas pessoas desaparecidas.
Na sequência, o Governo declarou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Porto Novo (Santo Antão) e nos dois concelhos de São Nicolau.
O executivo aprovou um plano de resposta com apoios de emergência às famílias e atividades económicas, incluindo linhas de crédito bonificado e verbas a fundo perdido, financiadas pelo Fundo Nacional de Emergência e pelo Fundo Soberano de Emergência, criado em 2019.
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