O pedido foi apresentado pelo embaixador brasileiro Sarquis J.B. Sarquis ao diretor executivo da AIE, Fatih Birol, através de uma carta assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Mauro Vieira, e pelo ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, na qual solicitam o início do processo de adesão.
Ambos os ministros expressam a Fatih Birol o seu agradecimento pela colaboração mantida entre o Brasil e a agência, "que contribuiu de forma significativa para o avanço das políticas energéticas no país ao longo dos anos".
Em particular, referem que essa cooperação permitiu uma revisão "aprofundada" das políticas energéticas brasileiras.
Referem ainda a posição do Brasil como "exportador de petróleo" e destacam que a sua "combinação energética diversificada e o papel crescente de líder no uso de fontes limpas e renováveis contribuirão ainda mais para o trabalho da AIE e para a cooperação internacional no setor energético".
Para o diretor executivo da AIE, o facto de o Brasil querer tornar-se membro representa "um avanço importante na governação energética internacional", após "muitos anos de cooperação, cada vez mais estreita, numa vasta gama de questões energéticas".
A agência sublinhou que o Brasil é o maior país da América Latina em termos populacionais (210 milhões de habitantes) e "um grande produtor e exportador de petróleo".
Nesse sentido, destacou que o país desempenha "um papel-chave no reforço da segurança energética internacional" e encontra-se também bem posicionado no processo de transição energética.
A AIE conta atualmente com 32 países membros, havendo mais quatro em processo de adesão. O Brasil é igualmente candidato à entrada na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), entidade a que a AIE está ligada.
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