Hiroshi Moriyama, o "número dois" do partido liderado pelo primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, disse que pretende renunciar ao cargo de secretário-geral para assumir a responsabilidade pelos resultados das eleições.
O primeiro-ministro japonês deve agora decidir o destino de Moriyama, que apresentou a demissão durante uma reunião do partido de centro-direita.
Por outro lado, Ishiba, que tem ignorado apelos de alguns membros do partido para se demitir, afirmou que vai tomar uma decisão "apropriada quando chegar a altura".
"Não tenho qualquer intenção de me esquivar às minhas responsabilidades ou de me agarrar à minha posição", acrescentou.
Nas eleições para o Senado, a 20 de julho, a coligação liderada pelo PLD perdeu a maioria, poucos meses depois de ter sido forçada a formar um governo minoritário devido ao desaire eleitoral para a câmara baixa do parlamento (Dieta).
Dois responsáveis do PLD, o presidente do conselho geral, Shunichi Suzuki, e o chefe do departamento de estratégia política, Itsunori Onodera, também comunicaram ao primeiro-ministro que pretendem demitir-se.
Em outubro passado, Ishiba assumiu a liderança do PLD, que governa o Japão quase ininterruptamente desde a década de 1950.
A popularidade do partido diminuiu devido à indignação face aos valores da inflação e aos escândalos de corrupção que envolvem membros do PLD.
No entanto, várias sondagens realizadas na semana passada sugeriram que o apoio a Ishiba tem vindo a aumentar nas últimas semanas.
Numa sondagem recente realizada pelo jornal Yomiuri, mais eleitores (50%) querem que Ishiba se mantenha no cargo contra 42% que pedem a demissão.
O Yomiuri atribuiu esta recuperação, em particular, ao acordo comercial assinado com os Estados Unidos no final de julho --- dois dias depois da eleição japonesa --- que reduziu as tarifas norte-americanas de 25% para 15%.
O apoio dos eleitores face à condução das negociações comerciais com os Estados Unidos por parte de Ishiba aumentou, em junho, de 29% para 42%.
Na mesma pesquisa, a maioria dos japoneses (86%) disse aprovar a decisão do governo de alterar as políticas para aumentar a produção de arroz, base da alimentação da população.
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