A temperatura média no Japão, entre junho e agosto, "foi superior em 2,36ºC ao valor médio, o que tornou este verão o mais quente desde o início dos registos, em 1898", anunciou hoje a Agência Meteorológica Japonesa" e também, por outro lado, "o terceiro ano consecutivo com temperatura recorde".
No mesmo período, a Coreia do Sul teve uma temperatura média de 25,7°C, "a mais elevada desde o início da recolha de dados, em 1973", segundo a Administração Meteorológica sul-coreana.
O recorde anterior era de 25,6°C e tinha sido estabelecido no ano passado.
A milhares de quilómetros, o Reino Unido também conheceu o seu verão mais quente de sempre, desde que há registos (1884), superando o recorde de 2018, segundo a agência meteorológica Met Office.
A temperatura média entre 01 de junho e 31 de agosto foi de 16,10°C, o que representa 1,51°C acima da média de longo prazo, com quatro vagas de calor e falta de água. Os cinco verões mais quente de sempre no Reino Unido ocorreram todos depois de 2000.
Neste país de clima oceânico, onde as habitações não estão preparadas para suportar tais temperaturas, um terço dos britânicos afirmaram ter tido dificuldade em manter as suas casas frescas durante este verão, e cerca de 47% admitiram problemas em adormecer, segundo uma sondagem da associação Citizens Advice.
No Japão, o calor tórrido conduziu à hospitalização de 84.521 pessoas entre 01 de maio e 24 de agosto, um aumento ligeiro em relação às 83.414 pessoas hospitalizadas no mesmo período de 2024, segundo a Agência de Gestão dos Incêndios e das Catástrofes.
Segundo os cientistas, as vagas de calor são cada vez mais intensas e frequentes no mundo devido à rutura climática causada pelo homem.
A velocidade do aumento das temperaturas não é uniforme, sendo na Europa que se regista o aquecimento mais rápido por décadas desde 1990, segundo a agência dos EUA para a Atmosfera e os Oceanos, seguido pela Ásia.
No Japão, as suas emblemáticas cerejeiras, florescem mais cedo, na primavera, por causa da temperatura mais elevada, ou nem florescem totalmente, devido a os outonos e os invernos não serem frios o suficiente.
Por seu lado, a Coreia do Sul enfrenta uma seca prolongada, que atingiu a cidade costeira de Gangneung, no noroeste.
Foi mesmo declarado um estado de catástrofe natural nesta cidade, com 200 mil habitantes, depois de semanas sem chuva, com restrições drásticas à utilização da água pelos particulares.
Na Escócia, onde os níveis dos rios estão em estado crítico, as limitações em vigor desde a semana passada foram estendidas a outros locais, afetando agricultores e algumas destilarias, que usam esta água na produção de uísque.
No norte da Inglaterra, perto de Manchester, o nível de um reservatório construído nos anos 1930 para alimentar a cidade baixou tanto que a localidade submersa durante a sua construção começou a reaparecer.
O estado de seca foi declarado em cinco regiões inglesas e a Agência do Ambiente considerou, em agosto, que a penúria de água era de "importância nacional", depois da primavera mais seca desde há mais de 100 anos.
A Inglaterra e o País de Gales também conheceram mais de 850 incêndios desde o início do ano, uma quantidade recorde.
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