O anúncio foi feito pelo presidente da gigante energética russa Gazprom, Alexei Miller [na imagem], após a reunião entre os líderes da Rússia, Vladimir Putin, da China, Xi Jinping, e da Mongólia, Ukhnaa Khurelsukh, realizada em Pequim, à margem das celebrações do 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico.
Miller sublinhou que a construção do gasoduto Força da Sibéria 2 e do chamado gasoduto União -- Oriente, que inclui o trajeto de trânsito pela Mongólia e as infraestruturas correspondentes em território chinês, será "o maior projeto mundial no setor do gás, tanto em dimensão como em volume de investimento".
O acordo prevê o fornecimento de gás natural russo à China por um período de 30 anos.
Paralelamente, a Gazprom assinou com a Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC) um acordo para aumentar o fornecimento através do gasoduto Força da Sibéria, dos atuais 38 mil milhões para 42 mil milhões de metros cúbicos por ano.
Estes dois projetos reforçam a crescente cooperação energética sino-russa, num contexto de afastamento progressivo da Rússia dos mercados europeus, após as sanções ocidentais impostas pela invasão da Ucrânia, e da estratégia chinesa de diversificação do aprovisionamento energético.
Embora Pequim exclua a formação de uma aliança formal com Moscovo, tem prestado apoio político, diplomático e económico à Rússia desde o início da guerra na Ucrânia.
A parceria é vista como forma de Pequim assegurar estabilidade nas fronteiras terrestres no norte e nordeste da China e garantir o fornecimento energético, permitindo ao país asiático concentrar recursos nas áreas onde enfrenta maior pressão dos Estados Unidos e seus aliados, incluindo o Estreito de Taiwan e o Mar do Sul da China.
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