Em comunicado divulgado na segunda-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico sublinhou que as pessoas afetadas receberão ajuda humanitária "de forma imediata".
"A notícia do terramoto na província de Kunar, no Afeganistão, é verdadeiramente trágica", lamentou o chefe da daiplomacia do Reino Unido, David Lammy.
Kunar, a província mais afetada, é uma região remota na fronteira com o Paquistão, aninhada nos vales da cordilheira Hindu Kush, cuja população vive principalmente em casas precárias de barro e palha, extremamente vulneráveis a sismos.
Um sismo de magnitude 6 na escala de Richter abalou o país às 23:47 locais de domingo (20:17 em Lisboa) e foi seguido de pelo menos dois abalos de magnitude 5,2.
Mais de 800 pessoas morreram e cerca de 2.700 ficaram feridas só na província de Kunar, segundo o último balanço das autoridades locais.
Os fundos do Reino Unido serão divididos equitativamente entre o Fundo das Nações Unidas para a População e a Cruz Vermelha Internacional para prestar assistência às pessoas mais vulneráveis.
O fundo da ONU distribuirá equipas móveis de saúde, kits médicos de emergência e abrigos para famílias deslocadas, enquanto a Cruz Vermelha "apoiará a mobilização de voluntários locais para operações de busca e salvamento e o envio de ambulâncias para transportar afegãos feridos para centros de saúde", indicaram diplomatas britânicos.
Londres apresentou esta ajuda como parte do seu "significativo compromisso humanitário" com Cabul, que se soma aos 171 milhões de libras (quase 200 milhões de euros) atribuídos em 2024 e 2025 para apoiar especificamente as mulheres e raparigas afegãs num país onde, observou, "mais de 23 milhões de pessoas" já necessitavam de assistência humanitária antes dos sismos.
As equipas de resgate continuaram hoje os esforços para procurar possíveis sobreviventes nas províncias montanhosas de Nangarhar, Kunar e Laghman.
O chefe da Autoridade Provincial de Gestão de Desastres de Kunar, Ehsanullah Ehsan, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) que "as operações continuaram durante toda a noite e não pararam".
A Organização Internacional para as Migrações disse à AFP que algumas das aldeias mais afetadas continuam inacessíveis devido aos bloqueios de estradas.
Na segunda-feira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e várias organizações não-governamentais apelaram à mobilização imediata de assistência para os afetados pelos sismos.
O representante da UNICEF no Afeganistão, Tajudeen Oyewale, realçou que entre as vítimas do sismo, com epicentro perto de Jalalabad, em Nangarhar (leste), muitas são crianças, e que milhares de outras ficaram "em risco".
Leia Também: Japão, Coreia do Sul e Reino Unido registam temperaturas recorde no verão