Numa declaração no parlamento, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, afirmou que "só existe uma saída", que é "um cessar-fogo imediato que resulte na libertação incondicional de todos os reféns pelo Hamas e uma transformação na entrega de ajuda humanitária".
"Mais operações militares na cidade de Gaza só vão prolongar e agravar esta crise. Por isso, juntamente com os nossos parceiros, exigimos a suspensão imediata desta operação", instou.
Lammy disse que a intenção de Londres "é reconhecer o Estado da Palestina ainda este mês, a menos que o Governo israelita tome medidas concretas para pôr fim à situação terrível em Gaza e se comprometa com uma paz sustentável a longo prazo".
"Este compromisso responde à crise atual, mas decorre da nossa responsabilidade histórica pela segurança da região", justificou.
Além do fim das hostilidades, o chefe da diplomacia britânica referiu a também necessidade de um sistema de monitorização do cessar-fogo, a dissolução do Hamas e uma nova estrutura governativa para Gaza que envolva a Autoridade Palestiniana.
"Para aqueles que dizem que o reconhecimento recompensa o Hamas ou ameaça a segurança de Israel, isso não é verdade. O reconhecimento está enraizado no princípio de uma solução de dois Estados [Palestina e Israel], que o Hamas rejeita. Deixámos claro que qualquer Estado palestiniano deve ser desmilitarizado", acrescentou.
Lammy disse estar a trabalhar "dia e noite" para uma solução diplomática para o conflito em Gaza e anunciou mais 15 milhões de libras (cerca de 17 milhões de euros ao câmbio atual) para ajuda médica.
O ministro confirmou ainda que o Governo está a trabalhar com a Organização Mundial da Saúde para acolher crianças que necessitam de tratamentos especializados "nas próximas semanas", mas que a sua saída de Gaza depende de autorizações de Israel.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 63 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
Israel também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde mais de 300 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a maioria crianças.
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