"É preciso inverter as prioridades defendidas pela Suíça. Em primeiro lugar, é preciso conceder um estatuto jurídico à Palestina, mesmo que neste momento não reúna todos os atributos constitutivos de um Estado de pleno direito, no sentido do direito internacional", afirmou o antigo assessor diplomático do governo suíço, Jean Philippe Jutzi, signatário do apelo, citado pela agência espanhola EFE.
Face à criticada posição de neutralidade da Suíça em relação à "deterioração da situação humanitária em Gaza", os 72 diplomatas querem que o governo "denuncie explicitamente" as "constantes violações do direito internacional humanitário".
Aquele grupo de antigos embaixadores quer igualmente um reforço do apoio financeiro à agência UNRWA e à qual a Suíça reduziu as suas contribuições, condicionando o uso de financiamento fora dos territórios palestinianos, incluindo Gaza.
A França anunciou, no final de maio, que reconheceria o Estado da Palestina em setembro, por ocasião da 80.ª sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Alguns dias depois, o Canadá também manifestou a mesma intenção.
O Reino Unido anunciou igualmente que o reconheceria, a menos que Israel assumisse uma série de compromissos, incluindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Três quartos dos 193 Estados-membros da ONU reconhecem a Palestina, proclamado pela liderança palestiniana no exílio no final da década de 1980.
O ato diplomático do reconhecimento foi realizado por uma dezena de países desde o início da guerra em Gaza.
No final de julho, a Austrália e outros 14 países ocidentais, entre os quais Portugal, convidaram a comunidade internacional a reconhecer a Palestina no âmbito da solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano.
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