"Vamos apresentar novas leis de imigração esta semana para suspender temporariamente novos pedidos ao abrigo da atual via dedicada ao reagrupamento familiar de refugiados. Até que o novo quadro seja introduzido, os refugiados estarão sujeitos às mesmas regras e condições de migração familiar que todos os outros", revelou.
Para trazerem familiares para o Reino Unido, imigrantes no país têm de provar capacidade financeira para sustentar a família, entre outros requisitos.
Países como a Dinamarca e Suíça só aceitam o reagrupamento familiar pelo menos dois anos após a concessão do estatuto de asilo, mas no Reino Unido não existe um prazo mínimo.
Atualmente, "os pedidos são apresentados, em média, cerca de um mês após a concessão da proteção, muitas vezes, mesmo antes de um refugiado recém-concedido ter deixado o alojamento" temporário para requerentes de asilo, sem assegurar emprego ou habitação, sublinhou a ministra.
A responsável referiu que o aumento do número de pedidos de asilo e reagrupamento familiar está a colocar pressão sobre as autarquias, obrigadas a providenciar alojamento para evitar situações de sem-abrigo.
"As regras atuais para o reagrupamento familiar de refugiados foram concebidas há muitos anos para ajudar famílias separadas pela guerra, conflitos e perseguições, mas a forma como são utilizadas atualmente mudou", justificou.
Cooper disse desconfiar que traficantes estão a facilitar a travessia "perigosa" do Canal da Mancha em barcos de borracha com "a promessa de reunificação familiar" junto de migrantes.
"Em breve, apresentaremos reformas mais radicais para modernizar o sistema de asilo e reforçar a segurança das nossas fronteiras", prometeu.
Uma das alterações será a reforma da forma como a Convenção Europeia dos Direitos Humanos (CEDH) é interpretada no Reino Unido, mas a ministra recusou a suspensão da aplicação deste tratado internacional.
Os partidos da oposição de direita e alguns antigos ministros do Partido Trabalhista têm defendido a suspensão da CEDH no Reino Unido para travar a entrada de requerentes de asilo.
No entanto, Cooper salientou que "o Direito Internacional é importante".
O Governo tem estado sob pressão para controlar a chegada de migrantes através do Canal da Mancha, por onde chegaram só este ano cerca de 29 mil pessoas, 47% a mais do que no mesmo período do ano passado.
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