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Vários ataques aéreos no Darfur (Sudão) causam pelo menos 19 mortos

Pelo menos 19 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em ataques aéreos no Darfur, no oeste do Sudão, contra uma cidade cercada por paramilitares e uma clínica, indicaram hoje uma fonte médica e uma organização não-governamental (ONG).

Vários ataques aéreos no Darfur (Sudão) causam pelo menos 19 mortos

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Lusa
01/09/2025 00:00 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Sudão

A Clínica Yashfeen, em Nyala, capital do Darfur do Sul, controlada pelos paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF) foi alvo de um ataque de drones por volta do meio-dia de sábado, que matou pelo menos 12 pessoas e feriu um número desconhecido, segundo a ONG de defesa dos direitos humanos Emergency Lawyers, que atribuiu o ataque ao exército sudanês.

 

A fonte da ONG, que documenta atrocidades desde o início do conflito há mais de dois anos, falou à agência noticiosa France-Presse (AFP) sob anonimato por razões de segurança, adiantando que as informações preliminares sugerem que dezenas de civis e profissionais de saúde podem ter sido mortos no ataque.

Também no sábado, mas à noite, pelo menos sete pessoas morreram e 71 ficaram feridas em bombardeamentos contra Al-Fashir, capital do estado do Darfur do Norte, cercada pelos paramilitares das RSF, que estão em guerra com o exército e intensificaram os seus ataques nas últimas semanas, disse hoje uma fonte médica à AFP.

Falando sob anonimato, a fonte que trabalha no hospital de Al-Fashir atribuiu o ataque aos paramilitares e referiu que o número real de mortos foi "provavelmente maior", uma vez que muitos dos feridos não conseguiram chegar ao estabelecimento de saúde devido à intensidade dos bombardeamentos.

Entre os feridos, atingidos sobretudo por estilhaços, 22 estão em estado crítico, acrescentou.

De acordo com o comité de resistência local, um dos muitos grupos de voluntários que documentam as atrocidades do conflito, os ataques atingiram vários bairros densamente povoados na zona oeste da cidade, perto do aeroporto que os paramilitares tentam capturar.

Al-Fashir, com uma população de cerca de 300.000 habitantes, está sitiada pelos paramilitares desde maio de 2024.

As RSF já perderam o controlo de Cartum, capital do Sudão, e de várias outras regiões estratégicas do centro e sul do país africano, mas aquela é a última grande cidade do Darfur ainda sob controlo do exército.

Se Al-Fashir cair nas mãos da RSF, os paramilitares controlarão todas as cinco capitais regionais do Darfur. Além de quase toda esta região controlam atualmente partes do sul do país com os seus aliados.

No mês passado, os paramilitares anunciaram a criação de um governo paralelo com sede em Nyala, onde Mohamed Hassan al-Taishi foi empossado hoje como primeiro-ministro.

Desde abril de 2023 que o Sudão está envolvido numa disputa pelo poder entre o chefe do exército, o general Abdel Fattah al-Burhan, e o seu antigo vice-presidente, o general Mohamed Hamdan Daglo, chefe das RSF.

O conflito já causou dezenas de milhares de mortos e obrigou à deslocação de cerca de 13 milhões de pessoas, enquanto cerca de metade da população do país - cerca de 25 milhões de pessoas - sofre de "insegurança alimentar aguda", segundo as Nações Unidas, que consideram a situação como a "pior crise humanitária do mundo".

Leia Também: Guterres chocado com ataques "implacáveis" dos paramilitares em Al-Fashir

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