O embaixador adjunto de França nas Nações Unidas, Jay Dharmadhikari, apresentou mais detalhes sobre esse encontro, indicando que se realizará na tarde do dia 22 de setembro, na véspera do início de Debate da 80.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU.
Dharmadhikari indicou que o secretário-geral da ONU, António Guterres, deverá estar presente no arranque do evento, assim como a presidente da 80.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, Annalena Baerbock.
"Todos precisamos de estar presentes para nos unirmos realmente em torno desta declaração política. (...) Queremos que todos se juntem naquela sala (...) para transmitir a mensagem política: sim, apoiamos a solução de dois Estados. Apoiamos o Estado da Palestina em termos da sua existência dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas", afirmou o diplomata francês, apoiado pelo diplomata saudita.
A esse apelo juntou-se igualmente o embaixador palestiniano junto à ONU, Riyad Mansour, que considerou "extremamente crucial" a presença do maior número possível de chefes de Estado e de Governo, que estarão em Nova Iorque para participar no segmento de alto nível da Assembleia-Geral da ONU.
"Precisamos que todos os lugares possíveis da sala estejam preenchidos, que todos os Estados-membros estejam presentes ao mais alto nível nessa reunião", pediu Mansour.
Os apelos foram feitos durante uma reunião do Comité da ONU para o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestiniano, onde os diplomatas francês, saudita e palestiniano expressaram a necessidade de apoio público à solução de Dois Estados [Israel e Palestina].
França e a Arábia Saudita promoveram em julho uma Conferência Internacional para a Solução de Dois Estados, a qual terminou com uma declaração assinada por vários países que apoiaram "inabalavelmente" uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano e para a guerra em curso em Gaza.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, comprometeu-se a reconhecer o Estado da Palestina na próxima Assembleia-Geral das Nações Unidas, em setembro, intenção que foi seguida por outros líderes internacionais.
Em resposta, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou na semana passada que essa vontade de reconhecer o Estado palestiniano alimentava "o fogo antissemita" em França.
A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 62 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e um desastre humanitário sem precedentes na região.
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