"Solicitamos o apoio de Moçambique, no âmbito das Nações Unidas, para avançar no reconhecimento dos direitos humanos e dos direitos das pessoas de ascendência africana em todo o mundo", disse a vice-presidente da Colômbia, após se reunir com a primeira-ministra moçambicana, no âmbito da visita de trabalho de dois dias que efetua a Moçambique.
"Esta é uma dívida ainda devida à população afrodescendente no âmbito do sistema das Nações Unidas e queremos avançar em direção a esse objetivo", afirmou a governante.
Nas mesmas declarações, a responsável disse que Colômbia e Moçambique assumiram compromissos para cooperar na área da promoção da paz, educação e género, incluindo avançar com intercâmbios no desenvolvimento económico e agricultura.
A vice-presidente da Colômbia convidou Moçambique a participar da cimeira agrária sobre soberania alimentar e fim da fome a ter lugar naquele país da América do Sul no próximo ano.
A primeira-ministra de Moçambique considerou "histórica" visita da vice-presidente da Colômbia, referindo que os dois países querem fortalecer as relações de cooperação em vários domínios.
"Tanto a Colômbia como Moçambique enfrentam desafios relacionados com a estabilidade politica, com a existência de conflitos intermitentes, com os desafios da integração das pessoas envolvidas nos diferentes conflitos sucessivos", disse Maria Benvida Levi, no fim do encontro.
"Partilhámos informação nas áreas que pretendemos consolidar a cooperação, na educação, cultura e ciência, a questão das mudanças climáticas, do combate ao terrorismo e ao narcotráfico, e da possibilidade de futuramente desenvolver transporte aéreo, por forma a permitir o estreitamento de relações entre os dois países", acrescentou Levi.
Em 17 de dezembro de 2024, o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, saudou a proclamação da segunda "Década Internacional para as Pessoas de Ascendência Africana" pela Assembleia Geral das Nações Unidas, que começa em 2025.
A nova década, que vai até 2034, basear-se-á nos progressos realizados nos últimos dez anos para promover os direitos humanos das pessoas de ascendência africana a nível mundial, segundo o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
Türk disse na altura que a justiça racial exige uma ação coletiva e, enquanto coordenador da Década Internacional, referiu que outro objetivo importante é a elaboração e adoção de um projeto de declaração das Nações Unidas sobre o respeito, a proteção e o cumprimento dos direitos humanos das pessoas de ascendência africana.
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