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ONU denuncia "desaparecimentos" de palestinianos em pontos de distribuição

Peritos independentes das Nações Unidas condenaram hoje os relatos de "desaparecimentos forçados" de palestinianos que procuravam alimentos nos locais de distribuição, no sul do enclave, geridos pela Fundação Humanitária de Gaza, que nega as acusações.

ONU denuncia "desaparecimentos" de palestinianos em pontos de distribuição

© Moiz Salhi/Anadolu via Getty Images

Lusa
28/08/2025 13:41 ‧ há 9 horas por Lusa

Numa declaração conjunta, os sete especialistas em direitos humanos afirmaram ter recebido informações de que várias pessoas, incluindo uma criança, tinham desaparecido depois de terem visitado os locais de distribuição de ajuda em Rafah, sul da Faixa de Gaza, o que classificaram como um "crime hediondo".

 

O exército israelita terá estado "diretamente envolvido nos desaparecimentos forçados de pessoas que procuravam ajuda", adiantaram os peritos, que são mandatados pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU mas que não falam em nome das Nações Unidas.

"Os relatos de desaparecimentos forçados de civis famintos que procuram exercer o seu direito fundamental à alimentação não são apenas chocantes, equivalem a tortura", sublinharam.

"A utilização da alimentação como instrumento para efetuar desaparecimentos seletivos e em massa deve cessar imediatamente", acrescentaram.

A Fundação Humanitária de Gaza (FHG), uma estrutura apoiada pelos Estados Unidos e Israel, respondeu prontamente afirmando que "não há provas de desaparecimentos forçados" nos locais onde prestam ajuda.

"Estamos a operar numa zona de guerra onde existem sérias alegações contra todas as partes que operam fora das nossas instalações. Mas dentro das instalações da FHG, não há provas de desaparecimentos forçados", afirmou a fundação num comunicado enviado à agência de notícias France-Presse (AFP).

Centenas de pessoas já morreram em pontos de distribuição de ajuda geridos pela FHG, considerada uma armadilha a céu aberto e alvo de críticas da ONU.

De acordo com o Gabinete dos Direitos Humanos da ONU para a Faixa de Gaza, entre 27 de maio e 13 de agosto, "pelo menos 1.760 palestinianos mortos enquanto procuravam ajuda: 994 nas proximidades dos locais da Fundação Humanitária de Gaza e 766 ao longo das rotas dos comboios de abastecimento".

"A maioria destes assassínios foi cometida pelo exército israelita", estimou a agência das Nações Unidas.

A Fundação Humanitária de Gaza é uma entidade privada que desde maio controla a distribuição da ajuda alimentar no enclave palestiniano a partir de quatro pontos, em contraste com os cerca de 400 locais de distribuição em toda a Faixa de que a ONU dispunha.

A ONU declarou fome na província de Gaza na semana passada, acusando Israel de "obstruir sistematicamente" as entregas de ajuda humanitária.

Por sua vez, Israel acusou o movimento islamita palestiniano Hamas de saquear a ajuda fornecida pela ONU e impôs um bloqueio total a Gaza entre março e maio.

Quando as restrições começaram a abrandar, a FHG foi criada para distribuir a ajuda alimentar, afastando efetivamente as agências da ONU dessa tarefa.

[Notícia atualizada às 14h04]

Leia Também: Faixa de Gaza em "ponto de rutura". "Encontrei crianças a morrer de fome"

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