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Faixa de Gaza em "ponto de rutura". "Encontrei crianças a morrer de fome"

A Faixa de Gaza, onde a ONU declarou uma situação de fome, chegou a um "ponto de rutura", alertou hoje a chefe do Programa Alimentar Mundial (PAM), depois de uma visita ao território.

Faixa de Gaza em "ponto de rutura". "Encontrei crianças a morrer de fome"

© AFP via Getty Images

Lusa
28/08/2025 13:33 ‧ há 9 horas por Lusa

Mundo

ONU

"Encontrei crianças a morrer de fome e a receberem tratamentos para subnutrição grave e vi fotografias das mesmas quando estavam bem de saúde. Estão irreconhecíveis", afirmou Cindy McCain.

 

"O desespero está no auge e testemunhei-o em primeira mão", acrescentou.

Estas declarações surgiram quando Israel está a intensificar as operações em torno da Cidade de Gaza desde quarta-feira, apesar da pressão internacional para terminar a ofensiva. O Governo israelita denunciou as acusações de fome da ONU como fabricadas.

McCain viajou para Deir el-Balah, onde visitou uma clínica que mantém crianças desnutridas vivas e encontrou-se com mães deslocadas que descreveram a luta diária para sobreviver. A responsável do PAM também visitou Khan Yunis, no sul do enclave.

"Precisamos urgentemente de ser capazes de reiniciar a nossa extensa e fiável rede de 200 pontos de distribuição de alimentos em toda a Faixa de Gaza, cozinhas comunitárias e padarias", disse.

"É urgente que as condições adequadas estejam disponíveis para que possamos ajudar os mais vulneráveis e salvar vidas", considerou.

Além da Faixa de Gaza, a responsável do PAM visitou ainda Israel, onde se encontrou com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e Ramallah, onde se encontrou com o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana, Mohammad Mustafa.

"O que precisamos é de um cessar-fogo. O meu coração está com as mães de Gaza, bem como com as mães dos reféns israelitas, cujos filhos estão a morrer de fome neste momento. Basta", declarou.

Depois de ter proibido a ajuda humanitária da Faixa de Gaza em março, Israel permitiu o regresso em maio, embora as agências humanitárias a considerassem largamente insuficiente.

A 22 de agosto, a ONU declarou oficialmente a fome no território palestiniano e atribuiu a culpa a Israel, com base num relatório da Classificação Integrada de Segurança Alimentar (IPC), uma agência mandatada pela ONU. Israel, que alegou não haver "fome em Gaza", exigiu na quarta-feira que "a IPC retirasse imediatamente o relatório fabricado".

Imagens difundidas pela agência de notícias France-Presse (AFP) mostram palestinianos, muitos deles crianças, a entregarem frascos vazios a instituições de solidariedade para obter alimentos em várias zonas da Faixa de Gaza quase diariamente.

Leia Também: Flotilha Humanitária: Governo acusa BE de populismo, Mortágua faz pressão

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