Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 países da UE, incluindo o português Paulo Rangel, reúnem-se para uma reunião informal, apelidada de Gymnich e que recebeu o nome do lugar onde se realizou a primeira reunião, numa localidade na Alemanha, em 1974.
O caráter informal do encontro impossibilita quaisquer decisões por parte dos governantes, mas um bombardeamento russo em Kyiv, durante a madrugada de hoje, cuja onda de choque atingiu as instalações da UE na capital ucraniana, deverá dominar parte da reunião.
A reunião é presidida pela alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, que hoje anunciou que convocou o enviado do Kremlin para a UE, exigindo explicações sobre o ataque russo em Kiev, que fez pelo menos 14 mortos.
Em simultâneo, os ministros discutirão as últimas negociações entre a Ucrânia e a Rússia, mediadas pelo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, e a possibilidade de uma reunião entre os homólogos ucraniano, Volodymyr Zelensky, e russo, Vladimir Putin, ainda sem data prevista, depois de o Kremlin dizer que quer anexar o território que ocupou e exigir que a Ucrânia nunca integre a Aliança Atlântica.
Da discussão vão fazer parte possíveis novos compromissos de segurança com a Ucrânia, nomeadamente mais apoio militar ao país invadido há mais de três anos pela Rússia, e a possível arquitetura das "garantias de segurança", equivalentes ao artigo 5.º da NATO, sobre defesa coletiva.
Em simultâneo, a estratégia de Israel de ocupar a Cidade de Gaza, no território palestiniano da Faixa de Gaza, também vai fazer parte dos dois dias de reunião.
Numa altura em que aumenta a pressão política internacional sobre o Governo de Benjamin Netanyahu, a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu, o Conselho Europeu, presidido por António Costa, e o Conselho da UE estão a ser criticados por mais de 200 diplomatas e funcionários europeus, que acusam Bruxelas de cumplicidade com Telavive devido ao silêncio e falta de medidas concretas perante a ofensiva militar israelita, em curso há quase 23 meses.
Em simultâneo, realiza-se hoje e na sexta-feira uma reunião dos ministros da Defesa da UE, também informal, para discutir novas fases do apoio militar à Ucrânia.
O ministro da Defesa, Nuno Melo, não participa na reunião, sendo representado ao nível do secretário de Estado da Política e Defesa Nacional.
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