Ursula Von der Leyen reagiu, esta quinta-feira, ao ataque russo efetuado em Kyiv esta manhã, que fez mais de uma dezena de mortos, incluindo crianças, e atingiu a delegação europeia na cidade ucraniana.
Para a presidente da Comissão Europeia este foi "o ataque mais mortal na capital desde julho", sendo igualmente a prova e um "lembrete" de que o Kremlin "não vai parar de aterrorizar a Ucrânia, matando de forma cega civis e crianças e instituições europeias".
Nessa senda, Von der Leyen anunciou que a UE vai "reforçar o regime de sanções" à Rússia e que em breve apresentará o seu "19.º pacote de sanções".
I'm outraged by the missile and drone attack on Kyiv, killing men, women and children.
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) August 28, 2025
And damaging our EU diplomatic mission.
My thoughts go to our brave staff.
Russia's strikes on Kyiv will only strengthen Europe's unity and Ukraine's defiance ↓ https://t.co/VzuBWIPxzH
Mais: garantiu que "estamos a avançar com o trabalho sobre os ativos russos congelados para contribuir para a defesa e reconstrução da Ucrânia", país a quem se referiu como um "parceiro, amigo, vizinho e futuro membro".
A responsável máxima da UE disse ainda que vai "reforçar a defesa das nossas fronteiras" e culminou afirmando com uma palavra de agradecimento pela coragem dos funcionários da UE que permanecem em Kyiv, a quem prometeu dirigir-se pessoalmente na sua próxima visita à Ucrânia.
Na curta declaração sem perguntas à imprensa em Bruxelas, a líder do executivo comunitário garantiu que a UE vai continuar a prestar um "apoio forte e inabalável à Ucrânia
Ataque russo a Kyiv
Kyiv foi esta madrugada alvo de ataques russos com mísseis balísticos, que causaram estragos em, pelo menos, três bairros da capital da Ucrânia.
Pelo menos 14 pessoas morreram e 48 ficaram feridas no ataque realizado com 629 drones e mísseis,
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, denunciou através do X que mísseis russos atingiram a delegação da UE em Kyiv.
António Costa condenou a ação "deliberada" da Rússia numa "noite de ataques mortíferos" com mísseis russos a serem lançados contra um edifício que tinha civis e pessoal da delegação da UE na capital ucraniana.
Também através do X, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, apontou que "o pessoal da delegação da UE na Ucrânia é a voz da UE no terreno na Ucrânia e, ontem [segunda-feira] à noite, os seus escritórios foram alvo de mais um ataque indiscriminado da Rússia durante esta agressão sem sentido".
"Os meus pensamentos estão com toda a nossa equipa em Kyiv e com o corajoso povo da Ucrânia, que merece viver em paz", adiantou.
Já a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, observou que, "enquanto o mundo procura um caminho para a paz, a Rússia responde com mísseis".
"O ataque noturno a Kyiv demonstra uma escolha deliberada de intensificar e ridicularizar os esforços de paz. A Rússia deve parar com as mortes e negociar", adiantou a Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.
Ataques intensificaram-se nos últimos dias
Os ataques na Ucrânia e na Rússia têm continuado nos últimos dias, apesar da intensa atividade diplomática para tentar pôr fim ao conflito desencadeado em fevereiro de 2022 pela invasão russa.
O exército russo, que ocupa cerca de 20% da Ucrânia, no leste e no sul, acelerou o avanço no terreno nos últimos meses, beneficiando do enfraquecimento da resistência ucraniana, com menos efetivos e menos bem equipada.
Pela primeira vez na passada terça-feira, a Ucrânia reconheceu que soldados russos entraram na região de Dnipropetrovsk (centro-leste), onde Moscovo já reivindicava avanços desde julho.
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