O principal suspeito da morte da lusodescendente Maëlys Araújo vai voltar hoje ao tribunal.
Nordahl Lelandais, que em 2017 sequestrou a menina de 8 anos de um casamento, a violou e acabou por matá-la, vai ser hoje julgado por um crime de violência doméstica. Escreve o Le Parisien, que este poderia ser um julgamento vulgar, celebrado no anonimato, não se tivesse tornado ele num dos criminosos mais falados em França.
Violência aconteceu na prisão
O ex-militar comparece esta quinta-feira à tarde perante o tribunal correcional de Colmar (Haut-Rhin), suspeito de ter agredido a sua companheira durante uma visita na prisão, na presença do seu filho pequeno, o que constitui uma circunstância agravante, noticia o 20 minutes.
O caso remonta a 9 de junho, quando a mulher, que começou a namorar com Nordahl já depois de este ter sido preso, o ter ido visitar à prisão na companhia do seu filho de 19 meses.
Durante esse encontro, os guardas prisionais foram alertados pro gritos e vozes altas na sala de visita onde estavam os dois, tendo acabado por intervir. Os segurança foram, posteriormente, ver as imagens de videovigilância, onde foi possível ver o suspeito a agarrar a jovem pelo pescoço e a puxar-lhe os cabelos.
O Ministério Público foi notificado para abrir uma investigação. Os factos são passíveis de dez anos de prisão, uma vez que Nordahl Lelandais é reincidente.
O suspeito e a sua companheira — que, até ao momento, não se constituiu como parte civil — não negam a materialidade dos factos, mas refutam qualquer intenção violenta.
Desaparecimento e morte de lusodescendente de 8 anos
Maëlys de Araújo, recorde-se, desapareceu na madrugada do dia 27 de agosto quando participava num casamento na companhia da sua família. A menina, que envergava um vestido branco, desapareceu sem deixar rasto e desde o início que todas as suspeitas apontavam para o ex-militar, na altura com 34 anos.
Vestígios de ADN da criança foram encontrados na viatura de Nordahl Lelandais, que negou desde sempre o seu envolvimento no caso. Cerca de seis meses após o desaparecimento, contudo, viria a assumir a autoria do crime, referindo, porém, que teria sido acidental.
Maëlys de Araújo foi morta em 2017© Getty Images/Olivier CHASSIGNOLE/AFP
Depois disso, viria a descobrir-se que o homem estava envolvido em vários outros crimes, nomeadamente na morte de um militar e numa agressão sexual a uma prima menor.
Condenado a prisão perpétua
Nordahl Lelandais foi condenado a perpétua pela morte da menina de nove anos, Maëlys de Araújo, e terá de cumprir pelo menos 22 anos de prisão.
"Reconheço os atos de que sou acusado. Sei que as famílias nunca aceitarão as minhas desculpas, mas peço-lhes com toda a sinceridade", disse o condenado.
A mãe da menina, Jennifer de Araújo, mostrou-se agradada com a sentença: "Ele não fará mais mal a mais ninguém. Esse era o meu objetivo. Estou contente com o veredicto e aliviada por finalmente ter terminado. A sentença está à altura do que eu esperava. Nunca saberemos como morreu, só ele sabe, mas está condenado e espero que ele pense no que fez".
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