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Maduro acusa EUA de violação do Tratado de Tlatelolco. Entenda o que é

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou hoje os EUA de violarem o Tratado de Tlatelolco de 1967, que declarou a América Latina e as Caraíbas zonas livres de armas nucleares.

Maduro acusa EUA de violação do Tratado de Tlatelolco. Entenda o que é

© Reuters

Lusa
27/08/2025 23:40 ‧ há 6 horas por Lusa

A violação, segundo Caracas, tem lugar porque Washington enviou para as Caraíbas navios lança-mísseis e fuzileiros, numa alegada operação contra o narcotráfico.

 

"Foi violado o Tratado de Tlatelolco, que proíbe a mobilização, a utilização e a fabricação de armas nucleares em todo o território da América Latina e das Caraíbas", disse Maduro à televisão estatal venezuelana.

Maduro sublinhou que "está a receber uma impressionante solidariedade mundial (...) especialmente agora, depois de a Venezuela ter sido ameaçada com um submarino nuclear".

"Porque nunca nenhum país da América Latina e do Caribe tinha sido ameaçado com um submarino nuclear (...) Deus está connosco, nos abençoa e nos protege. Ninguém vai deter a Venezuela", disse.

Maduro sublinhou que a Venezuela tem uma diplomacia extraordinária e de paz.

"A nossa diplomacia não é das canhoneiras, das ameaças. Porque o mundo não pode voltar a ser o mundo de há 100 anos", disse.

Frisou ainda que "nem hoje nem nunca os venezuelanos baixarão a cara perante ninguém".

"Não nos achamos superiores a ninguém porque não somos supremacistas. Mas não aceitamos a supremacismo de ninguém", afirmou.

Por sua vez, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, disse que "não há espaço para o medo" perante as "agressões" norte-americanas.

"Sempre tentam pôr a Venezuela no meio de tudo, no meio do narcotráfico, quando os relatórios oficiais da própria DEA, da Organização das Nações Unidas, dizem claramente que a Venezuela é extremamente marginal nesta questão do tráfico, do consumo, do processamento e do cultivo de drogas", disse.

Padrino López acusou os EUA de tentar impor uma narrativa para fazer "acreditar que o Estado venezuelano funciona como um narco-estado".

"Que coisa tão grotesca, tão vulgar, e como estamos longe de uma situação como essa", disse Vladimir Padrino, apelando aos venezuelanos para "defenderem a pátria" e condenarem a "agressão militar" norte-americana.

Na terça-feira, Padrino anunciou o envio de barcos de guerra e drones para patrulhar as suas águas territoriais face à presença militar dos EUA.

"Teremos um importante destacamento de drones com diferentes missões, pontos de atendimento ao cidadão, pontos de exploração e vigilância, pontos e percursos fluviais com infantaria naval por todos os rios, especialmente no Catatumbo, que desaguam no Golfo da Venezuela, patrulhas navais no Lago Maracaibo e no Golfo da Venezuela e navios de maior porte mais ao norte em nossas águas territoriais", disse num vídeo divulgado nas redes sociais.

Em 18 de agosto, Nicolás Maduro ordenou a deslocação de 4,5 milhões de milicianos por todo o país, depois dos EUA terem duplicado para 50 milhões de dólares (43 milhões de euros) a recompensa por informações que possam conduzir à sua detenção.

No dia seguinte, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Washington está preparado para "usar todo o seu poder" para travar o "fluxo de drogas para o país", o que inclui o envio de navios e de soldados para águas próximas da Venezuela.

Em resposta, Maduro acusou os EUA de procurarem uma "mudança de regime" de forma "terrorista e militar".

De acordo com a CNN, os Estados Unidos começaram a enviar 4.000 fuzileiros para as águas da América Latina e Caraíbas para combater os cartéis de tráfico de drogas, além de reforçarem a presença militar na região com aviões-radar e três contratorpedeiros com capacidade antimíssil.

Na quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou aos Estados Unidos e à Venezuela para que "resolvam as diferenças por meios pacíficos".

Leia Também: Exército dos EUA publica imagens do seu destacamento perto da Venezuela

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