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Salvadorenho Kilmar Abrego García quer pedir asilo nos EUA

O cidadão salvadorenho Kilmar Abrego García, que se tornou o rosto da radical política de imigração do Presidente norte-americano, Donald Trump, quer pedir asilo nos Estados Unidos, disseram hoje os seus advogados a um juiz federal.

Salvadorenho Kilmar Abrego García quer pedir asilo nos EUA

© Reuters

Lusa
27/08/2025 17:05 ‧ há 3 horas por Lusa

As autoridades norte-americanas voltaram a deter na segunda-feira Kilmar Abrego García, de 30 anos, imigrante de El Salvador residente nos Estados Unidos e casado com uma cidadã norte-americana, que foi injustamente deportado e devolvido aos Estados Unidos após vários meses de batalha judicial.

 

Abrego García foi detido em Baltimore, no estado de Maryland, onde reside, pelos Serviços de Alfândega e Imigração norte-americanos (ICE), depois de ter sido na sexta-feira libertado de uma prisão no estado do Tennessee.

A administração Trump afirma que Abrego García pertence ao perigoso gangue salvadorenho MS-13 -- uma acusação que este rejeita -- e pretende deportá-lo para o Uganda, país africano com o qual Washington firmou um acordo para transferência de detidos de países terceiros.

Os advogados do salvadorenho estão a contestar os esforços de deportação em tribunal, argumentando que este tem o direito de alegar medo de perseguição e tortura no Uganda.

Abrego García disse ainda às autoridades de imigração que preferia ser enviado para a Costa Rica se tiver de ser deportado dos Estados Unidos.

Tinha-lhe sido negado em 2019 um pedido de asilo por um juiz de imigração norte-americano, porque solicitou asilo mais de um ano depois de fugir para os Estados Unidos. Deixou El Salvador aos 16 anos, por volta de 2011, e foi para Maryland para se juntar ao irmão, que se tinha tornado cidadão norte-americano.

Embora o juiz de imigração lhe tenha negado asilo, emitiu uma ordem que o protege de ser deportado para El Salvador, porque enfrentou ameaças credíveis de violência por parte de um gangue local que o aterrorizou a ele e à família.

Após a decisão do juiz de imigração, Abrego García foi libertado sob supervisão federal em 2019 e continuou a viver com a mulher e os filhos norte-americanos em Maryland até este ano, quando, em março, a administração Trump o deportou para uma grande prisão em El Salvador, famosa pelos piores motivos.

A sua expulsão do país violou a ordem do juiz de imigração de 2019 que proibia a sua deportação para El Salvador.

A mulher de Abrego García interpôs uma ação judicial para o trazer de volta e, enfrentando uma pressão crescente e uma ordem do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, a administração Trump levou-o de volta para o país em junho, após vários meses de batalha judicial, mas apenas para enfrentar acusações federais de tráfico humano, razão pela qual se encontrava detido no Tennessee.

Depois de os seus advogados terem contestado a medida de coação que lhe foi aplicada, argumentando que o cidadão salvadorenho não representa uma ameaça para a comunidade nem existe risco de fuga, este foi libertado na sexta-feira, mas voltou a ser detido na segunda-feira seguinte, para ser novamente deportado.

Então, Kilmar Abrego García declarou a intenção de reabrir o seu caso de imigração em Maryland e requerer outra vez asilo, indicaram hoje os seus advogados.

Estes sustentam que o seu envio para o Uganda é uma punição por ter sido bem-sucedido na sua luta contra a deportação para El Salvador, por se recusar a declarar-se culpado das acusações de tráfico humano e por ter obtido a libertação da prisão no Tennessee.

Entretanto, no Uganda, críticos afirmam que o país fez um acordo obscuro com a administração Trump para aceitar deportados em troca do alívio da pressão política sobre o Presidente do país, Yoweri Museveni, que governa há quase quatro décadas, chegou ao poder através de um golpe de Estado e tenciona recandidatar-se em 2026.

Leia Também: Ábrego García só pode ser deportado dos EUA depois de quarta-feira

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