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"A tarifa Trump é uma chantagem económica", diz oposição na Índia

A oposição indiana classificou hoje as novas tarifas dos Estados Unidos como "chantagem económica" e criticou o primeiro-ministro, Narendra Modi, pelo que consideram um fracasso da política externa que prejudica os interesses nacionais.

"A tarifa Trump é uma chantagem económica", diz oposição na Índia

© Nano Calvo/VW Pics/Universal Images Group via Getty Images

Lusa
27/08/2025 14:28 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Índia

"A tarifa de 50% de [Donald] Trump é uma chantagem económica: uma tentativa de pressionar a Índia a aceitar um acordo comercial injusto", escreveu o líder do partido Congresso Nacional Indiano (INC), Rahul Gandhi, nas redes sociais.

 

Gandhi exortou Modi a "não permitir que a sua fraqueza prevaleça sobre os interesses do povo indiano", segundo a agência de notícias espanhola EFE.

Na mesma linha, o presidente do INC, Mallikarjun Kharge, afirmou que "uma política externa sólida requer substância e habilidade" e classificou a diplomacia de Modi como superficial.

"Eles não conseguiram chegar a um acordo comercial e agora estão a falhar em proteger o nosso país", criticou.

Taxa de 50% dos Estados Unidos à Índia entrou em vigor

Os Estados Unidos ativaram hoje a nova política de tarifas de 50% sobre exportações da Índia como punição pela compra de petróleo à Rússia, alvo de sanções devido à guerra contra a Ucrânia.

A nova taxa punitiva adicional é de 25%.

Em causa, estão exportações indianas no valor de cerca de 60 mil milhões de dólares (51,7 milhões de euros, ao câmbio atual), segundo a EFE.

A Rússia já declarou estar pronta para absorver as exportações indianas mais afetadas pela punição norte-americana.

Os setores mais atingidos são indústrias com alta empregabilidade, como o têxtil, o de joias e pedras preciosas, o de frutos do mar e o de componentes para automóveis.

Os Estados Unidos não puniram setores produtores de bens que são importantes para as próprias empresas ou para o bolso dos cidadãos norte-americanos, como medicamentos e telemóveis.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou inicialmente uma tarifa de 25% sobre produtos indianos.

Mas, no início de agosto, assinou uma ordem executiva impondo uma tarifa adicional de 25% devido às compras de petróleo russo pela Índia, o que elevou as tarifas combinadas impostas ao aliado asiático aliado para 50%.

"As nossas importações [de petróleo russo] baseiam-se em fatores de mercado e são feitas com o objetivo geral de garantir a segurança energética de 1,4 mil milhões de pessoas na Índia", afirmou Nova Deli a 7 de agosto, recordou hoje o jornal Hindustan Times.

Índia dá prioridade a exportações para determinados países

Para fazer face à medida, o Governo indiano anunciou hoje a promoção de produtos têxteis em mercados que considerou prioritários, incluindo os do Reino Unido, Japão e Coreia do Sul.

As exportações da Índia atingem atualmente 220 países e territórios, mas as autoridades disseram que 40 mercados são fundamentais para a diversificação.

A lista inclui também Alemanha, França, Itália, Espanha, Países Baixos, Polónia, Canadá, México, Rússia, Bélgica, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Austrália, segundo o jornal The Times of India.

A Federação das Organizações de Exportação da Índia (FIEO) expressou num comunicado "máxima preocupação" e solicitou apoio imediato do Governo às empresas.

Propôs um pacote de resgate que inclui programas de subsídios de juros, apoio ao crédito à exportação para manter a liquidez e uma moratória de um ano no pagamento de empréstimos para pequenas e médias empresas (PME).

"Diante do panorama atual, o diretor da FIEO, SC Ralhan, insiste na necessidade de apoio governamental imediato, incluindo o impulso a programas de subsídios de juros e apoio ao crédito à exportação para manter o capital de giro e a liquidez", disse a federação.

A FIEO pediu a aceleração das negociações de acordos comerciais com a União Europeia (UE), Omã, Chile, Peru, países do Golfo, África e países latino-americanos.

Leia Também: Chuvas matam 32 pessoas na Índia e desalojam milhares no Paquistão

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