"As capacidades nucleares da China não estão ao mesmo nível dos Estados Unidos. As políticas nucleares e o clima de segurança estratégico destes dois países também são fundamentalmente diferentes", explicou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Guo Jiakun, citado pelo jornal chinês Global Times.
"Pedir à China que participe em negociações trilaterais com os Estados Unidos e a Rússia não é razoável e nem realista", acrescentou o porta-voz chinês.
Guo Jiakun referiu ainda que Pequim adota "em primeiro lugar, uma política de não utilizar armas nucleares", acrescentando que o país também procura "uma estratégia de autodefesa nuclear".
O porta-voz referiu que o seu país "sempre manteve as suas forças nucleares no nível mínimo necessário para garantir a segurança nacional".
"A China não participa numa corrida ao armamento com algum país e o poder nuclear e a política da China contribuem significativamente para a paz mundial", enfatizou, antes de sublinhar que os países com os maiores arsenais nucleares --- Estados Unidos e Rússia --- devem cumprir a sua "responsabilidade" e reduzir "significativamente" os seus arsenais com o objetivo de um "desarmamento total e abrangente".
Os comentários de Guo foram feitos após Donald Trump ter sublinhado que a recente reunião com Vladimir Putin, que aconteceu em 15 de agosto no estado norte-americano do Alasca, foi "um dia muito bem-sucedido noutras questões, uma vez que foram discutidas muitas coisas diferentes, incluindo mísseis e nuclear".
"Falámos sobre a limitação das armas nucleares. Vamos envolver a China nisso", disse Trump.
Moscovo não comentou estas declarações.
Trump e Putin reuniram-se no Alasca para discutir, primordialmente, um cessar-fogo e um acordo de paz para a guerra na Ucrânia, que teve início com a invasão russa do território ucraniano em 24 de fevereiro de 2022. Esta foi a mais recente fase da guerra que começou em 2014, com a invasão e anexação pela Rússia da península ucraniana da Crimeia.
Leia Também: Irão nega acordo com a ONU sobre inspeções ao programa nuclear