O pai de duas das cinco crianças alegadamente assassinadas, por envenenamento, pela própria mãe no Brasil, foi também detido esta semana, revela o site brasileiro Diário do Aço.
De acordo com a publicação brasileira, o homem de 58 anos foi detido na tarde de segunda-feira, 25 de agosto, no âmbito de um mandado de detenção, expedido pela Justiça da Comarca de Timóteo, estado de Minas Gerais.
P.D., como é identificado o suspeito pelo jornal, está a ser investigado na sequência do inquérito policial à morte das cinco crianças, filhas de Gisele Oliveira, de 40 anos, detida, em agosto, em Portugal, para onde tinha fugido.
Apesar disso, P.D. não é, pelo menos para já, segundo o jornal, suspeito de ter participado nos homicídios. Durante a investigação aos assassinatos, as autoridades brasileiras descobriram que este tinha sim, alegadamente, abusado sexualmente de "outras pessoas da mesma família".
O homem é pai das duas primeiras crianças que morreram envenenadas.
Cinco filhos mortos com sedativos
Recorde-se que, no início de agosto, a Polícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção em Pombal, no distrito de Leiria, de Gisele Oliveira, suspeita de matar cinco filhos no Brasil, com sedativos.
A brasileira terá chegado a Portugal em abril deste ano, onde se encontrava com o companheiro que a 'esperava' por cá já há três anos.
Com eles, estava um menor, de 12 anos, filho do casal e o único dos filhos de Gisele que terá sobrevivido às suas mãos.
De acordo com o que explicou a PJ na altura, a mulher é suspeita de matar cinco filhos, três dos quais cujo pai era o atual companheiro. O 'modus operandi' consistia, segundo as autoridades, na "administração intencional e reiterada, de substâncias sedativas que alegadamente provocaram a morte a cinco dos seus filhos menores."
Segundo a Interpol, e conforme confirmam agora as autoridades portuguesas, "todas as situações ocorreram na casa onde a mulher residia e quase sempre à noite." Nessas ocasiões, e "sem a presença de testemunhas", administrava grandes doses de sedativos aos cinco filhos, o que lhes foi causando problemas de saúde ao longo dos anos.
Duas das crianças morreram em 2010, outras duas em 2019 e uma em 2023.
Mãe denunciou a própria filha
Foi a mãe da suspeita que denunciou a própria filha, e um inquérito foi aberto no estado brasileiro de Minas Gerais. No entanto, assim que soube da participação criminal, e antes ainda de ser considerada suspeita, a mulher abandonou o Brasil, no início de 2024. Depois, foi emitido o mandado internacional de captura.
O companheiro e pai de três das vítimas não é arguido no processo e, segundo o Correio da Manhã escreve esta quinta-feira, disse à PJ que a mulher estava inocente.
Ao ser presente ao Tribunal da Relação de Coimbra, Gisele Oliveira ficou em prisão preventiva, acabando por ser encaminhada para o Estabelecimento Prisional de Tires, em Cascais. A suspeita aguarda a extradição para o Brasil.
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