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Apoio a Israel implica EUA em crimes de guerra em Gaza: "Consequências"

A organização pró-direitos humanos Human Right Watch (HRW) defendeu hoje que os Estados Unidos estão implicados em crimes de guerra em Gaza pelas Forças Armadas Israelitas (FDI), que apoiam militarmente, expondo-se assim a "consequências legais".

Apoio a Israel implica EUA em crimes de guerra em Gaza: "Consequências"

© REUTERS/Mohammed Salem

Lusa
26/08/2025 21:36 ‧ há 23 horas por Lusa

Num comunicado hoje divulgado, a HRW sustenta que os Estados Unidos fazem "parte do conflito entre Israel e os grupos armados palestinianos", uma vez que forneceram às FDI informações militares para bombardeamentos, coordenação e planeamento de operações.

 

"Os militares e o pessoal dos serviços de informações dos EUA, bem como os contratados que auxiliaram as forças israelitas a cometer crimes de guerra, poderão, a dada altura, enfrentar acusações criminais pelas atrocidades em Gaza", disse Sarah Yager, diretora da HRW em Washington.

A organização refere que tanto o ex-Presidente Joe Biden como o atual executivo de Donald Trump reconheceram publicamente a colaboração com as forças israelitas.

O mais explícito foi Biden, ao admitir ter ordenado ao pessoal das forças especiais e aos oficiais dos serviços de informações que "trabalhassem lado a lado com os homólogos israelitas" para localizar e matar os dirigentes do Hamas, movimento considerado terrorista por Washington e que Israel pretende erradicar de Gaza.

Com Biden e Trump têm fluído ininterruptamente as vendas de armas norte-americanas a Israel, utilizadas em grande escala para cometer crimes de guerra, acrescenta a HRW.

Citando a contagem de uma organização independente, a organização estima em 4,17 mil milhões de dólares (3,58 mil milhões de euros) o valor das armas transferidas para Israel entre outubro de 2023 e maio de 2025.

"O direito internacional considera um país cúmplice legal quando auxilia conscientemente outra nação a cometer graves violações de guerra e outros abusos", resumiu Yager.

Os norte-americanos, adiantou, devem estar cientes de que as vendas maciças de armas "implicam profundamente os Estados Unidos nestas violações documentadas das leis de guerra".

Vários organismos jurídicos internacionais tomaram medidas ou emitiram decisões sobre as ações de Israel em Gaza, incluindo o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), o principal órgão judicial das Nações Unidas, que está atualmente a julgar um processo interposto pela África do Sul em que Israel é acusado de cometer genocídio em Gaza.

Enquanto julga o mérito do caso, o TIJ emitiu várias medidas provisórias juridicamente vinculativas, instando Israel a tomar todas as medidas ao seu alcance para prevenir actos genocidas, garantir o fornecimento de ajuda humanitária e prevenir e punir a incitação pública ao genocídio.

O Tribunal Penal Internacional (TPI), organismo judicial internacional independente que julga crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio, mantém uma investigação em curso sobre a situação no Estado da Palestina, que inclui ações de israelitas e palestinianos desde 2014.

Em novembro de 2024, o TPI emitiu mandados de detenção contra o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e o seu antigo ministro da Defesa, Yoav Gallant, sob a acusação de crimes de guerra e crimes contra a humanidade - acusando-nos de uso da fome como método de guerra - e também contra dirigentes do Hamas.

Nem os Estados Unidos nem Israel são membros do TPI e, em consequência, não reconhecem a sua jurisdição.

O conflito no enclave foi desencadeado pelos ataques liderados pelo movimento islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde perto de 1.200 pessoas morreram e cerca de 250 foram feitas reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma vasta operação militar no território, que já provocou mais de 62 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do enclave e a deslocação de centenas de milhares de pessoas.

Leia Também: Dezenas de milhares protestam em Telavive contra ofensiva em Gaza

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