O pedido, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Yván Gil, foi feito durante um encontro com o coordenador residente da ONU em Caracas, Gianluca Rampolla, que teve como propósito reforçar a cooperação.
"Solicitamos o apoio do secretário-geral da ONU, António Guterres, para restabelecer a sensatez. Neste sentido, partilhamos as nossas preocupações com o envio de unidades militares e até armas nucleares dos EUA para as Caraíbas, o que constitui uma ameaça à paz", indicou o ministro, na conta de Telegram.
Na mesma plataforma, Yván Gil explica ainda que ambos discutiram sobre "as ameaças que a região enfrenta de parte dos EUA", sublinhando que as Caraíbas foram declaradas Zona de Paz em 2014 pela Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos.
"Perante as narrativas falsas, pretexto para justificar agressões contra a Venezuela, confirmamos que o Relatório Mundial sobre Drogas 2025 do Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime [UNDOC] ratificou a Venezuela como um território livre de cultivos ilícitas. Além disso, os esforços do Governo Bolivariano foram devidamente certificados pela UNDOC", explica ainda o ministro.
De acordo com a cadeia norte-americana CNN, os Estados Unidos começaram a enviar 4.000 fuzileiros para as águas da América Latina e do Caribe para combater os cartéis de tráfico de drogas, além de reforçarem a presença militar na região com aviões-radar e três contratorpedeiros com capacidade antimíssil, numa alegada operação contra cartéis narcotraficantes.
Na quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou aos Estados Unidos e à Venezuela para que "resolvam as diferenças por meios pacíficos".
Caracas recebeu como ameaça a notícia de que Washington enviou para águas caribenhas os navios lança-mísseis e os fuzileiros e em resposta anunciou o destacamento, por todo o país, de 4,5 milhões de milicianos, componente da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).
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