"Expressamos a nossa profunda deceção com uma situação que se está a deteriorar, sem quaisquer medidas substanciais por parte da UE para pressionar Israel a acabar com esta guerra brutal", dá conta uma carta divulgada hoje, com um apelo.
De acordo com uma carta endereçada às principais instituições europeias (Comissão Europeia, Parlamento Europeu, Conselho da União Europeia e Conselho Europeu), os 209 antigos embaixadores, maioritariamente da Alemanha, Itália e França, pediram a "implementação imediata" de medidas contra as ações israelitas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, territórios palestinianos ocupados por Israel.
Os 209 signatários remetem para uma missiva de 28 de julho, na qual classificam como genocídio as ações militares israelitas perpetradas no enclave palestiniano desde outubro de 2023.
"Quatro semanas depois" desta missiva, "não foi alcançado qualquer acordo" e continuam a culpabilizar as instituições da União Europeia pelo silêncio perante o que está a acontecer em Gaza, numa altura em que as Nações Unidas já admitiram que Israel está a matar a população palestiniana à fome.
Os signatários, antigos diplomatas e funcionários das instituições europeias, alertam para a situação "alarmante" com o anúncio por parte do Governo israelita de querer ocupar a totalidade da Cidade de Gaza e promover o êxodo de pelo menos um milhão de pessoas, concentrando-as no sul do enclave palestiniano, que também está a ser bombardeado.
E alertam que um terço da população, aproximadamente 640.000 pessoas, vai estar em situação de "insegurança alimentar" em setembro.
O Governo israelita "continua a obstruir" as organizações não-governamentais e as agências da Nações Unidas de entregarem apoio humanitário na Faixa de Gaza e, em simultâneo, expandem as operações militares no enclave e a construção de colonatos na Cisjordânia, expropriando, com violência, os palestinianos.
No final da semana, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da UE, incluindo o português Paulo Rangel, vão encontrar-se em Copenhaga (Dinamarca) para uma reunião informal.
A invasão a Gaza deve fazer parte da discussão, mas o caráter informal da reunião não possibilitará quaisquer decisões concretas.
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