O porta-voz do exército ucraniano para a região, Viktor Tregoubov, confirmou a entrada das tropas russas em Dnipropetrovsk onde "decorrem atualmente combates", em declarações à agência de notícias francesa France-Presse (AFP).
Kiev tinha, até agora, negado qualquer tipo de avanço russo em Dnipropetrovsk.
O agrupamento de Dnipro do exército ucraniano, responsável por esta zona de combate, afirmou hoje ter "travado o avanço dos invasores russos" pouco depois de estes terem entrado na região de Dnipropetrovsk a partir de Donetsk, mais a leste.
Os militares ucranianos "continuam a controlar a aldeia de Zaporizké", a cerca de 20 quilómetros a oeste da cidade de Velyka Novossylka, cuja captura foi reivindicada pela Rússia na segunda-feira.
O grupo de combate informou ainda sobre "operações de combate ativas perto da aldeia de Novogueorguiyevka", que os russos afirmaram ter tomado a 20 de agosto.
O site de cartografia militar online DeepState, próximo do exército ucraniano referiu hoje, no entanto, a ocupação destas duas localidades.
A Rússia intensificou as operações no leste da Ucrânia nos últimos meses, quando decorrem esforços diplomáticos para tentar encontrar uma solução para a guerra que desencadeou ao invadir a Ucrânia em fevereiro de 2022.
A Rússia ocupa atualmente cerca de 20% do território da Ucrânia, uma antiga república soviética que Putin defende que não devia ser um país independente, mas antes integrar a Federação Russa.
Meses depois da invasão, a Rússia declarou a anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, depois de ter invadido e anexado a Crimeia em 2014.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a legitimidade das anexações.
Os avanços russos surgem numa altura em que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que quer acabar com a guerra o mais rapidamente possível, anunciou planos para uma reunião entre o seu homólogo russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Contudo, Moscovo excluiu a possibilidade de um encontro imediato entre os dois homens.
O Kremlin exige que a Ucrânia se retire de certos territórios que ainda controla parcialmente, nomeadamente a região de Donetsk, como condição prévia para o fim das hostilidades.
[Notícia atualizada às 17h08]
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