"Condenamos o ataque indiscriminado com explosivos em Cali, que até o momento deixou, pelo menos, cinco civis mortos e 42 feridos", afirmou o organismo na rede social X, antes das próprias autoridades colombianas confirmarem que o número de mortos e feridos neste ataque, em particular, subiu para seis e 65, respetivamente.
Horas antes, um outro ataque, aparentemente com um drone, contra um helicóptero da polícia da brigada antidroga na localidade de Amalfi, no departamento de Antioquia, matou, pelo menos doze polícias.
O escritório das Nações Unidas instou os grupos armados não estatais a "respeitarem os direitos humanos e o direito internacional humanitário (DIH), em particular, o princípio da distinção", que obriga a diferenciar entre combatentes e população civil, para evitar ataques contra pessoas não envolvidas no conflito.
"Apelamos ao Estado para que atenda às vítimas e avance com as investigações pertinentes para esclarecer os factos e garantir a justiça", acrescentou.
Este segundo ataque ocorreu na tarde de quinta-feira nas proximidades da Escola Militar de Aviação Marco Fidel Suárez, numa avenida movimentada de Cali, a principal cidade do sudoeste do país.
O Presidente colombiano, Gustavo Petro, atribuiu os fatos ao Estado Mayor Central (EMC), a maior dissidência da antiga guerrilha das FARC, e afirmou que foram uma "reação terrorista" a uma ofensiva do exército colombiano na região do Cañón del Micay, no departamento vizinho de Cauca, contra o grupo armado.
Relativamente ao ataque em Amalfi, Antioquia, o escritório das Nações Unidas, condenou "a morte violenta de 12 polícias e um número ainda por determinar de feridos pelo ataque ao helicóptero em que se deslocavam enquanto realizavam tarefas de segurança pública".
O organismo expressou as condolências às famílias das vítimas e voltou a exortar os grupos armados não estatais a respeitar os direitos humanos e as autoridades a "investigar, julgar e punir os responsáveis".
Também a responsabilidade deste foi imputada pelas autoridades colombianas ao EMC, liderado por Néstor Vera, conhecido como "Iván Mordisco", que opera nos departamentos do sul, leste e oeste da Colômbia.
Os dois ataques levaram diversos setores da sociedade colombiana a exigir do Governo de Petro ações contundentes contra os grupos armados ilegais, cuja violência se intensificou nos últimos meses.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) alertou que, em 2024, o conflito armado colombiano atingiu o seu ponto mais crítico desde o acordo de paz com as FARC em 2016 e que 2025 se perfila como o ano com as piores condições humanitárias da última década.
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