Lapid afirmou na sua conta na rede social X que a decisão do Executivo israelita está "em completa contradição com a opinião do Exército e dos funcionários de segurança" e que não leva em consideração "o desgaste e a exaustão das forças combatentes".
O líder da oposição considerou que os dois ministros ultranacionalistas e colonos israelitas - o das Finanças, Bezalel Smotrich, e o da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir - levaram o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a tomar uma decisão que "levará meses" e "conduzirá à morte dos reféns e de muitos soldados".
Além disso, disse ainda, esse plano "custará aos contribuintes israelitas dezenas de milhões e levará a um colapso político".
"Isso é exatamente o que o Hamas queria: que Israel ficasse preso num território, sem objetivo, sem definir o panorama para o dia seguinte, numa ocupação inútil, que ninguém entende onde leva", afirmou.
O gabinete de segurança do Governo de Israel deu "luz verde" esta madrugada a um plano militar proposto por Netanyahu para ocupar a Cidade de Gaza, no norte do enclave, onde reside um milhão de pessoas.
Em declarações à estação norte-americana de televisão Fox News antes da reunião do gabinete, Netanyahu afirmou que o seu objetivo era ocupar toda a Faixa de Gaza, mas que não pretende ficar com ela nem governá-la, e sim manter um "perímetro de segurança" e entregá-la a "forças árabes que a governem" sem ameaçar Israel e sem o Hamas.
As forças armadas mostraram-se relutantes em relação a este plano, uma vez que implicará operar em locais onde se encontram detidos reféns israelitas [Israel estima que restem 20 reféns vivos e 30 estejam mortos], e persiste o receio de que as milícias palestinianas em Gaza os executem perante o avanço das tropas, como já aconteceu no final de agosto de 2024 com seis cativos, encontrados a 1 de setembro.
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