Um responsável local, que falou sob condição de anonimato e citado pelas agências internacionais, referiu que mais corpos de migrantes etíopes foram recuperados e enterrados nos últimos dias com a ajuda das autoridades locais.
O mesmo responsável apelou às organizações internacionais para que apoiem o fustigado setor de saúde da província de Abyan, no sul do Iémen, que se encontra sobrecarregado e luta para fazer face ao número crescente de pessoas deslocadas, migrantes e refugiados.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) calculou inicialmente o número de mortos em 56 e 132 desaparecidos, indicando que viajavam a bordo da embarcação cerca de 200 pessoas, a maioria das quais imigrantes etíopes.
As autoridades encontraram apenas 12 sobreviventes.
Já as autoridades etíopes, que lamentaram a perda de vidas, apelaram aos seus cidadãos para evitarem rotas migratórias irregulares e afirmaram estar a trabalhar em conjunto "com os seus parceiros para investigar a tragédia".
De acordo com a OIM, foram registadas mais de 350 mortes e desaparecimentos de migrantes ao longo da Rota Oriental desde o início de 2025, embora "seja provável que o número real seja significativamente mais elevado".
A Rota Oriental é considerada uma das rotas migratórias mais perigosas do mundo e é uma travessia que é feita por milhares de migrantes todos os anos, muito devido ao conflito e à deterioração das condições do Iémen.
Os migrantes fazem esta travessia com esperança de chegar à Arábia Saudita e a outros países do Golfo Pérsico.
Em 2024 registaram-se pelo menos três naufrágios deste tipo, nos quais morreram 92 pessoas e mais de 150 outras desapareceram.
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