ONU critica lançamento aéreo de ajuda em Gaza. "Camiões levam o dobro"

O diretor da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), Philippe Lazzarini, criticou hoje os lançamentos aéreos de ajuda humanitária em Gaza, afirmando que são dispendiosos e menos eficazes do que o transporte efetuado por camiões.

Philippe Lazzarini, comissário da UNRWA

© Hani Alshaer/Anadolu via Getty Images

Lusa
01/08/2025 15:15 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Os lançamentos aéreos são pelo menos 100 vezes mais caros do que os camiões. Os camiões transportam o dobro da ajuda dos aviões", referiu Lazzarini na rede social X.

 

O responsável da UNRWA defendeu que, se existe vontade política para permitir os lançamentos aéreos, "que são mais caros, insuficientes e ineficientes", deveria existir uma vontade semelhante para abrir as passagens terrestres para a Faixa de Gaza.

Ao longo da manhã de hoje, cerca de 90 caixas com alimentos, lançadas em pelo menos seis lançamentos diferentes, foram distribuídas em diferentes áreas do enclave palestiniano, incluindo um carregamento espanhol contendo cerca de 12 toneladas de alimentos.

No entanto, cada lançamento aéreo representa muito menos do que a carga transportada por um único camião (cerca de 30 toneladas).

No total, as cargas lançadas diariamente pelos aviões sobre Gaza não ultrapassam a soma de vários camiões.

O governo do enclave, controlado pelo grupo extremista palestiniano Hamas, insiste que são necessários cerca de 600 camiões por dia para satisfazer as necessidades da população.

"A ONU, incluindo a UNRWA e os seus parceiros, conseguiu trazer entre 500 e 600 camiões por dia durante o cessar-fogo no início do ano", explicou Lazzarini, referindo-se à trégua iniciada a 19 de janeiro e quebrada por Israel a 18 de março.

Mesmo antes de romper o cessar-fogo, Israel tinha lançado um bloqueio total ao acesso a bens básicos para Gaza (especialmente alimentos, medicamentos e combustível) a 02 de março, alegando que o Hamas estava a apropriar-se de ajuda humanitária.

Este bloqueio terminou com a entrada de alguns camiões em Gaza, a 19 de maio, mas, desde essa altura, Israel tem permitido um acesso limitado de ajuda, o que não conseguiu evitar a grave crise de subnutrição que afeta o enclave.

A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo grupo extremista palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

A retaliação de Israel já provocou mais de 60 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

A principal autoridade internacional em crises alimentares alertou esta semana que "o pior cenário de fome está atualmente a desenrolar-se na Faixa de Gaza", prevendo "mortes generalizadas" se não for tomada uma ação imediata.

Desde outubro de 2023, mais de 150 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a maioria crianças, segundo o Ministério da Saúde do enclave, tutelado pelo Hamas.

Leia Também: Amnistia e ONU criticam sanções dos EUA à relatora para a Palestina

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas