Amnistia e ONU criticam sanções dos EUA à relatora para a Palestina

Organizações de defesa de direitos humanos, como a Amnistia Internacional e o Conselho dos Direitos Humanos da ONU, criticaram hoje as sanções impostas pelos Estados Unidos à relatora especial da ONU para a Palestina, Francesca Albanese.

Francesca Albanese

© Marcos del Mazo/LightRocket via Getty Images

Lusa
10/07/2025 14:00 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Para a organização não-governamental Amnistia Internacional, as sanções anunciadas na quarta-feira pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, são "vergonhosas e vingativas".

 

"As medidas são uma continuação do ataque da administração [de Donald] Trump ao direito internacional, bem como dos esforços para proteger, a todo o custo, o Governo israelita de qualquer responsabilidade", afirmou a secretária-geral da Amnistia Internacional, Agnès Callamard.

Rubio impôs sanções a Albanese, acusando-a de "antissemitismo flagrante" e de ter travado "uma campanha" contra Israel.

"A campanha política e económica de Albanese contra os Estados Unidos e Israel não será mais tolerada. Apoiaremos sempre os nossos parceiros no direito à autodefesa", disse Marco Rubio, através das redes sociais.

A Amnistia Internacional sublinhou que os relatores especiais não são nomeados "para agradar" aos governos, mas sim para defender os direitos humanos e o direito internacional, sobretudo numa altura em que "está em causa a própria sobrevivência dos palestinianos na Faixa de Gaza ocupada".

Também o presidente do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Jürg Lauber, lamentou a decisão dos Estados Unidos e pediu aos membros das Nações Unidas para que "cooperem plenamente com os relatores especiais e os titulares de mandatos do Conselho e se abstenham de quaisquer atos de intimidação ou represálias contra eles".

Depois de ter acusado Israel "de genocídio" na guerra em Gaza, Albanese, que foi nomeada pelo Conselho de Direitos Humanos, mas não fala em nome da ONU, tem afirmado repetidamente ter recebido ameaças.

Os relatores "são um instrumento essencial para que o Conselho possa cumprir o mandato de promover e proteger todos os direitos humanos em todo o mundo", afirmou Lauber.

A italiana Francesca Albanese é a relatora especial da ONU para os Direitos Humanos nos Territórios Palestinianos ocupados desde 1967 e acusou duramente Israel de cometer crimes de guerra na Faixa de Gaza.

As sanções impostas pelos Estados Unidos são uma resposta a uma ordem executiva assinada em fevereiro por Trump para congelar bens e revogar vistos norte-americanos a qualquer pessoa que colabore com a investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre Israel.

As sanções vão provavelmente impedir Albanese de viajar para os EUA e bloquear quaisquer bens que tenha no país, de acordo com a emissora britânica BBC.

O secretário de Estado norte-americano considerou que "a colaboração direta" entre Albanese e o TPI levou à emissão de mandados de captura contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o antigo ministro da Defesa Yoav Gallant, por crimes de guerra e contra a humanidade na Faixa de Gaza.

Por sua vez, a secretária-geral da Amnistia Internacional defendeu que estas medidas fazem parte de uma série de políticas adotadas pelo Governo norte-americano para "intimidar e silenciar aqueles que ousam manifestar-se em defesa dos direitos humanos do povo palestiniano".

A Amnistia Internacional instou ainda os Estados a "rejeitarem firmemente" estas sanções e a exercerem a máxima pressão diplomática sobre o Governo norte-americano para as revogar.

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