O ataque que vitimou 26 pessoas desencadeou no mês de maio uma guerra de quatro dias entre a Índia e o Paquistão.
Hoje, perante o Parlamento de Nova Deli, o ministro do Interior (correspondente ao Ministério da Administração Interna) afirmou que os três indivíduos responsáveis pelo ataque em Baisaran "eram terroristas" e que foram mortos pelas forças de segurança da Índia.
Os supostos autores do ataque eram procurados desde o dia 22 de abril pela morte de 25 cidadãos indianos e de um cidadão nepalês.
De acordo com as autoridades de Nova Deli os três homens armados mataram "a sangue frio" os turistas que se encontravam numa pradaria a cerca de 70 quilómetros da cidade turística de Pahalgam, no sopé dos Himalaias.
Os agressores separaram os homens das mulheres e crianças e executaram aqueles que não sabiam recitar as orações muçulmanas, segundo as testemunhas ouvidas pelas forças indianas.
Shah afirmou hoje que os alegados autores do ataque eram cidadãos paquistaneses, dois dos quais eram membros do grupo Lashkar-e-Taiba, considerado como organização terrorista pelas Nações Unidas.
O grupo armado Lashkar-e-Taiba tem bases no Paquistão.
"Os departamentos de segurança indianos têm provas detalhadas do envolvimento destes homens no ataque", afirmou o ministro durante o mesmo discurso no Parlamento.
Os supostos atacantes foram mortos durante confrontos, ocorridos na segunda-feira, nas montanhas de Dachigam, a cerca de 30 quilómetros de Srinagar, a maior cidade da região.
O ataque de 22 de abril desencadeou em maio passado um conflito armado entre a Índia e o Paquistão, duas potências nucleares, com Nova Deli a atribuir a responsabilidade pelo ataque a Islamabade, que negou qualquer envolvimento.
Os dois países confrontaram-se durante quatro dias, trocando ataques com drones, disparos de mísseis e efetuando barragens de artilharia.
Este confronto militar, o mais mortífero em décadas, causou mais de 70 mortos de ambos os lados.
Os dois países disputam a soberania sobre toda a Caxemira desde 1947.
A parte indiana da região tem sido palco de uma violenta insurreição separatista.
Os separatistas mais radicais reivindicam a independência da parte indiana do território ou a integração no Paquistão.
O ministro do Interior indiano revelou ainda que durante uma reunião de segurança organizada imediatamente após o ataque de abril, foi decidido que os agressores não deveriam ser "autorizados a deixar o país e regressar ao Paquistão".
Os investigadores indianos basearam-se em testemunhos e provas forenses para determinar que as armas encontradas pela polícia foram as mesmas utilizadas no ataque de abril, acrescentou o ministro Amit Shah.
Um pequeno grupo armado, The Resistance Front (TRF), chegou a reivindicar a autoria do ataque de 22 de abril mas depois retratou-se, negando a participação na operação.
Em julho, os Estados Unidos classificaram o TRF como uma ramificação do grupo Lashkar-e-Taiba.
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