Numa publicação na rede social X, o chefe de gabinete da Presidência ucraniana, Andriy Yermak, adiantou que a Rússia devolveu apenas seis crianças, cinco das quais são irmãos, de um total de 339 nomes apresentados (mais de 200 são menores) pela delegação de Kiev durante a segunda das três reuniões realizadas este ano em Istambul, a 02 de junho.
O responsável ucraniano afirmou ainda que o regresso destes seis menores aconteceu na semana passada e que tal só foi possível graças à mediação do Qatar.
Na sequência da reunião de quarta-feira em Istambul, o chefe da delegação russa, Vladimir Medinsky, declarou publicamente que a Rússia devolveu cerca de 20 menores e que continua a trabalhar com a lista enviada pelas autoridades ucranianas há algumas semanas, com o objetivo de facilitar o regresso das crianças sempre que seja possível localizar os seus familiares diretos ou tutores legais.
No entanto, Yermak afirmou que a Ucrânia recebeu apenas "informação fragmentada e parcial" relativa a menos de um quinto das crianças incluídas na lista.
"Não recebemos qualquer resposta sobre mais de 200 menores, incluindo os residentes na Casa de Acolhimento Infantil de Kherson", declarou Yermak, referindo-se à cidade do sul da Ucrânia que esteve sob ocupação russa e foi posteriormente libertada pelas forças ucranianas.
Segundo os dados divulgados por Yermak, os menores referidos pertencem, na sua maioria, a instituições estatais ucranianas e ficaram sob custódia das autoridades russas após a ocupação das respetivas regiões pelo exército da Rússia.
A Ucrânia acusa Moscovo de ter deportado cerca de 20.000 menores ucranianos para o seu território.
Em março de 2023, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de captura internacional para o Presidente russo, Vladimir Putin, e para a sua comissária para os Direitos da Infância, Maria Lvova Belova.
O TPI acusa ambos de crimes de guerra relacionados com a deportação forçada de menores ucranianos para território da Rússia. As autoridades russas têm sempre negado tais acusações.
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