Segundo as autoridades, no centro do Texas foram registadas até hoje 110 mortes relacionadas com as cheias e no resto do estado outras quinze.
O condado de Kerr, o mais atingido, registou 95 mortes, incluindo 36 crianças, de acordo com o xerife Larry Leitha.
Entre estas vítimas estão 27 crianças e monitores do acampamento cristão para raparigas Camp Mystic, nas margens do rio Guadalupe, que albergava cerca de 750 pessoas.
Cinco campistas e um monitor do acampamento ainda estavam desaparecidos até quarta-feira, de acordo com o xerife Leitha, que confirmou que outra criança, que não estava no acampamento, continuava desaparecida.
Mais de 2.000 socorristas, polícias e especialistas reuniram-se no local do desastre, apoiados por helicópteros, 'drones' e equipas de resgate com cães.
O Presidente Donald Trump confirmou entretanto a ida ao Texas na sexta-feira, uma semana após a tragédia, acompanhado da mulher, Melania.
O governador deste Estado do sul, Greg Abbott, afirmou na terça-feira que pelo menos 161 pessoas ainda estão desaparecidas no condado de Kerr.
Numa conferência de imprensa em Hunt, no Texas, o governante detalhou que este número se baseia no número de pessoas dadas como desaparecidas por amigos, familiares e vizinhos.
"Temos de encontrar cada pessoa (...) essa é a prioridade número um", frisou ainda o líder republicano.
As esperanças de encontrar sobreviventes são agora escassas, cinco dias depois da cheia repentina que atingiu esta zona turística na sexta-feira, em pleno feriado prolongado.
Na segunda-feira, a Casa Branca rejeitou duramente as críticas de que os cortes orçamentais no Serviço Meteorológico Nacional (NWS, na sigla em inglês) prejudicaram a fiabilidade das previsões e alertas.
"Culpar o Presidente Trump por estas inundações é uma mentira hedionda, que não faz sentido neste momento de luto nacional", salientou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
A porta-voz realçou que o NWS tinha emitido "previsões e alertas oportunos e precisos".
Foi emitido um alerta pouco depois das 01:00 (hora local), mas muitos moradores estavam a dormir ou tinham desligado os telemóveis.
As cheias repentinas foram causadas por chuvas torrenciais na manhã de sexta-feira, que fizeram o rio Guadalupe subir oito metros em apenas 45 minutos.
Caíram quase 300 milímetros de chuva por hora, um terço da precipitação média anual.
As inundações repentinas, causadas por chuvas torrenciais que o solo ressecado não consegue absorver, não são incomuns.
Mas, de acordo com a comunidade científica, as alterações climáticas induzidas pelo homem tornaram eventos climáticos como inundações, secas e ondas de calor mais frequentes e intensos.
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