Southport. Jovem tinha "risco sério" de violência e houve "incapacidade"

Axel Rudakubana, de 18 anos, tinha uma "predileção particular e conhecida por crimes com facas", o que, na ótica do dirigente do inquérito ao ataque de 29 de julho do ano passado, indica que houve "uma incapacidade geral e generalizada de intervir eficazmente, ou mesmo de todo, para fazer face aos riscos que representava".

Adrian Fulford

© Getty Images

Daniela Filipe
08/07/2025 16:25 ‧ há 5 horas por Daniela Filipe

Mundo

Southport

O jovem que levou a cabo um ataque com faca numa aula de dança dedicada à cantora Taylor Swift, em Southport, no Reino Unido, apresentava “um risco muito sério e significativo de vir a cometer atos violentos”, pelo que houve “uma incapacidade geral e generalizada de intervir eficazmente, ou mesmo de todo, para fazer face aos riscos que representava”.

 

Axel Rudakubana, de 18 anos, tinha uma “predileção particular e conhecida por crimes com facas”, o que, na ótica do dirigente do inquérito ao ataque de 29 de julho do ano passado, Adrian Fulford, indica que o crime estava “longe de ser um acontecimento catastrófico imprevisível”.

O adolescente, que estava munido com uma faca de cozinha com uma lâmina de 20 centímetros, comprada na Amazon através de uma Rede Privada Virtual (VPN, na sigla em inglês), assassinou Bebe King, de seis anos, Elsie Dot Stancombe, de sete anos, e a portuguesa Alice da Silva Aguiar, de nove anos. Dez outras pessoas ficaram feridas no ataque, entre elas oito crianças.

Nascido em Cardiff, no País de Gales, Rudakubana já tinha sido encaminhado para o programa governamental anti-extremismo Prevent por três vezes, entre 2019 e 2021. Além disso, também tinha pesquisado e acedido a um manual de treino da Al Qaeda, assim como a informações sobre explosivos, facas, homicídios e guerras.

Foi, ainda, apanhado duas vezes com uma faca e acumulou um arco e uma flecha, catanas, uma marreta e óleo de rícino em casa. Em 2019, foi expulso do estabelecimento de ensino que frequentava por ter atacado um aluno com um taco de hóquei, de acordo com a BBC. A sua pasta no programa governamental deveria, por isso, ter permanecido aberta e ter sido encaminhada para o programa antiterrorismo Channel, recordou a Sky News.

Tendo em conta os factos conhecidos sobre o adolescente, a ministra do Interior, Yvette Cooper, anunciou, em janeiro, a abertura de um inquérito, por forma a apurar se o ataque poderia ter sido prevenido.

"Estes fatores, se corretos e quando tomados em conjunto, tendem a sugerir que, longe de ser um acontecimento catastrófico imprevisível, o autor do crime representava um risco muito sério e significativo de vir a cometer atos violentos, ao longo de vários anos, com uma predileção particular e conhecida por crimes com facas", considerou Adrian Fulford, esta terça-feira.

E complementou: “Além disso, a sua capacidade de aceder, sem entraves, a material gravemente violento na Internet, de encomendar facas quando era menor de idade e de sair de casa sem supervisão para cometer o presente ataque revela uma incapacidade geral e generalizada de intervir eficazmente, ou mesmo de todo, para fazer face aos riscos que representava.”

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O responsável esclareceu que o procedimento terá duas fases, a primeira das quais deverá decorrer até ao final do ano e analisará “o historial do autor do crime e as suas relações com todas as agências relevantes”.

“Identificaremos as decisões tomadas ou não tomadas, a forma como a informação foi partilhada e a medida em que o risco que ele representava foi abordado, juntamente com quaisquer oportunidades perdidas para evitar o que aconteceu”, disse.

A segunda fase, por seu turno, prender-se-á com o “fenómeno mais amplo das crianças e jovens que são atraídos para a violência extrema”.

Pouco depois de se ter dirigido ao hemiciclo, Fulford pediu que os presentes mantivesse um minuto de silêncio pelas vítimas mortais e salientou que os menores que sobreviveram estão “a tentar lidar com a vida escolar face ao que sofreram de forma corajosa”.

Rudakubana foi, em janeiro, condenado a uma pena mínima de 52 anos de prisão. Está, também, a ser investigado por um alegado ataque a um guarda prisional na prisão de Belmarsh.

O inquérito começará a ouvir os depoimentos na quarta-feira, com quatro declarações das famílias das vítimas.

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