A ex-chanceler alemã, Angela Merkel, voltou a distanciar-se das políticas migratórias defendidas pelo atual chanceler, Friedrich Merz, criticando as reformas que visam rejeitar os pedidos de asilo nas fronteiras da Alemanha.
As posições de Merkel, chanceler alemã entre 2005 e 2021, foram registadas pela emissora pública da Alemanha ARD no âmbito de um documentário que será transmitido em breve.
A ex-chanceler democrata-cristã (CDU) rejeita a medida do atual Executivo Federal liderado por Friedrich Merz que impõe restrições aos requerentes de asilo.
"Deve haver um procedimento nas fronteiras. É assim que eu entendo o direito europeu", afirmou Angela Merkel, criticando a medida de Merz, líder do mesmo partido da ex-chanceler.
No documentário, Merkel encontra-se com antigos refugiados da crise migratória de 2025.
Na altura, a Alemanha facilitou a entrada de mais de um milhão de pessoas no país.
A doutrina da época contrasta com a vontade política do atual Executivo de limitar as chegadas dos requerentes de asilo.
O atual chanceler, Friedrich Merz, endureceu a política de imigração e foi por isso apoiado pelos parceiros da coligação governamental, entre os quais os do Partido Social-Democrata (SPD).
Mesmo assim, a reforma que permite vetar a entrada de requerentes de asilo foi rejeitada por um tribunal de Berlim que, recentemente, declarou ilegal a ordem de repatriação de três cidadãos originários da Somália.
Tanto o chanceler Mertz como o ministro do Interior (equivalente ao ministro da Administração Interna), Alexander Dobrindt, argumentaram que a decisão correspondeu a um caso individual e que, por isso, as novas medidas continuam em vigor.
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