Takahiro Shiraishi, de 34 anos, foi condenado à morte em 2020 por assassinar, esquartejar e armazenar os corpos das nove vítimas no seu apartamento na localidade de Zama, no concelho de Kanagawa, nas proximidades de Tóquio, em 2017.
O japonês - que ficou conhecido como o "assassino do Twitter", por contactar as vítimas através desta rede social - declarou-se culpado pelos assassinatos durante o julgamento.
A Amnistia Internacional condenou a execução de Takahiro Shiraishi, a primeira em quase três anos no Japão, como um enorme retrocesso para os direitos humanos no país.
Tal como já fez em inúmeras ocasiões, a AI denunciou o recurso à pena de morte como um castigo desumano e inútil, antes de insistir na sua abolição imediata em todo o mundo.
"A execução de Takahiro Shiraishi, a primeira no Japão em quase três anos, é o mais recente ataque cruel ao direito à vida no Japão e um grande retrocesso para o historial de direitos humanos do país", lamentou a assessora de direitos humanos da Amnistia Internacional, Chiara Sangiorgio, em comunicado.
Chiara Sangiorgio recordou a absolvição, no ano passado, de Iwao Hakamada, um homem que passou mais de 50 anos no corredor da morte por um crime que não cometeu e que acabou por ter graves problemas de saúde mental devido ao confinamento solitário em que se encontrava.
A AI indicou que este foi "um caso que expôs a injustiça do sistema judicial criminal japonês".
"Agora, em vez de avançar para uma reforma e garantir a plena proteção dos direitos humanos, o Governo optou por retomar as execuções, num enorme retrocesso para os esforços de erradicação da pena de morte no Japão", acrescentou a assessora da AI, referindo que 113 países em todo o mundo aboliram completamente a pena de morte nas suas legislações e mais de 144 abandonaram-na na legislação ou na prática.
Chiara Sangiorgio lamentou ainda o "secretismo" que rodeia as execuções no Japão, "o que torna o recurso a este castigo ainda mais cruel".
O Japão tem agora 105 pessoas no corredor da morte, incluindo 49 que procuram ter novos julgamentos.
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