Numa conferência de imprensa no final da cimeira da Aliança Atlântica em Haia, Países Baixos, Starmer referiu que "de acordo com as novas definições da NATO, estimamos que vamos alcançar pelo menos 4,1% do PIB até 2027 a manter os britânicos seguros".
Starmer afirmou que o compromisso de gastar 5% do PIB em medidas de defesa e segurança até 2035, alcançado hoje pelos 32 Estados-membros da NATO reunidos em cimeira, irá tornar a Aliança Atlântica "mais forte, mais justa e mais letal do que nunca".
"Isto inclui despesas militares, bem como investimentos vitais na nossa segurança e resiliência, como a proteção da nossa segurança cibernética e das nossas redes de energia", vincou o líder britânico.
O Reino Unido gasta atualmente cerca de 2,3% do PIB com a defesa.
Em declarações aos jornalistas, o chefe do Governo britânico (e líder trabalhista) reiterou o compromisso de não aumentar impostos para financiar este aumento da despesa, lembrando a "decisão difícil" de reduzir o orçamento de ajuda externa e de reformar o sistema de segurança social, o que mereceu críticas de deputados do próprio Partido Trabalhista.
"Estamos a viver num mundo mais volátil. Penso que todos no país reconhecem que temos de estar à altura do desafio", afirmou.
O Reino Unido tem vindo a acelerar a intensidade do investimento em equipamento militar e em defesa nos últimos anos devido à ameaça da Rússia, mas também perante o risco de desinvestimento dos Estados Unidos na defesa da Europa.
Nesse sentido, o Governo britânico anunciou hoje a compra de doze aviões F-35 capazes de transportar ogivas nucleares, passando a contribuir para a dissuasão nuclear aérea da NATO, para além da dissuasão submarina de que dispõe atualmente.
Desde o fim da Guerra Fria, a dissuasão nuclear britânica no seio da Aliança Atlântica tem sido assegurada exclusivamente por submarinos da Marinha.
Sete membros da NATO, entre os quais os Estados Unidos, a Alemanha e a Itália, dispõem atualmente de aviões de dupla capacidade capazes de transportar armas convencionais e ogivas nucleares americanas B61, que estão armazenadas em solo europeu.
O Reino Unido já tinha anunciado no início do mês a construção de 12 submarinos de propulsão nuclear, no âmbito da aliança militar Aukus com os Estados Unidos e a Austrália, e de seis fábricas de munições.
Keir Starmer confirmou também esta semana que o Reino Unido vai gastar 15 mil milhões de libras (17,7 mil milhões de euros) no seu programa de ogivas nucleares durante esta legislatura, até 2029.
[Notícia atualizada às 15h25]
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