Autoridades proíbem diretos das manifestações no Quénia. As imagens

A polícia queniana tentou dispersar hoje com gás lacrimogéneo centenas de manifestantes que tomaram o centro de Nairobi e as autoridades ordenaram que todas as emissoras de televisão e rádio suspendessem a cobertura ao vivo dos protestos.

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Lusa
25/06/2025 13:13 ‧ há 5 horas por Lusa

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No dia em que se comemora o primeiro aniversário dos protestos em massa que culminaram no assalto ao Parlamento do Quénia e causaram pelo menos 70 mortos, manifestantes asseguram à agência de notícias EFE que as forças de segurança estão a usar munições reais e agentes da polícia de choque também utilizaram canhões de água e balas de borracha.

 

"Estamos aqui para homenagear aqueles que morreram no ano passado. E também estamos aqui para dizer ao (Presidente do Quénia, William) Ruto: por favor, parem de nos matar", disse à EFE uma manifestante, Stepahnie, de 24 anos.

Embora a manifestação tenha começado de forma pacífica, a situação foi ficando tensa ao ponto de alguns manifestantes atirarem pedras contra a polícia, que destacou agentes da guarda a cavalo para dispersar a multidão e um helicóptero de vigilância aérea.

O ex-presidente do Supremo Tribunal, David Maraga, foi atacado com gás lacrimogéneo ao juntar-se aos manifestantes, a quem se tinha dirigido anteriormente para pedir protestos pacíficos e ordeiros.

"Precisamos de restaurar este país porque o trabalho da polícia é proteger as pessoas, não interromper os manifestantes pacíficos", declarou Maraga, antes de a situação se complicar.

Quando a paz ainda reinava no centro da capital, o ex-vice-presidente queniano Kalonzo Musyoka, juntamente com outros líderes da oposição, depositou uma coroa de flores em memória dos jovens manifestantes da chamada "geração Z" mortos no ano passado.

As ruas de acesso ao Parlamento estão bloqueadas por barricadas de arame farpado erguidas pelas forças de segurança, assim como as principais ruas que conduzem à sede da Presidência, a cerca de três quilómetros do centro da cidade.

Centenas de manifestantes também invadiram a estrada de Thika, uma autoestrada que liga a capital àquela cidade industrial próxima, onde também foram destacados agentes da polícia.

Além de Nairobi, outros 20 condados, dos 47 do país, estão a registar manifestações, de acordo com os últimos dados dos meios de comunicação locais.

A Autoridade de Comunicações do Quénia (CA, em inglês) ordenou entretanto às rádios e televisões que suspendam a cobertura ao vivo das manifestações, alegando que viola a Constituição.

"A cobertura ao vivo das manifestações de 25 de junho de 2025 é contrária aos artigos 33(2) e 34(1) da Constituição do Quénia e à secção 461 da Lei de Informação e Comunicações do Quénia de 1998", afirmou o diretor-geral da CA, Davd Mugonyi.

"Portanto, todas as estações de rádio e televisão são obrigadas a suspender imediatamente a cobertura ao vivo das manifestações. O não cumprimento desta diretiva resultará em medidas regulatórias, conforme estipulado na Lei de Informação e Comunicações do Quénia de 1998", acrescentou Mugonyi.

Meios de comunicação deste país da África Oriental cobrem em tempo real os protestos, que têm o seu epicentro no centro de Nairobi.

Trata-se do primeiro aniversário do dia mais conturbado dos protestos contra um aumento de impostos protagonizados entre junho e agosto de 2024 por jovens da chamada "geração Z", reprimidos pela polícia e nos quais morreram pelo menos sessenta pessoas.

Após vários dias de marchas em que dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas em muitas cidades do país, em 25 de junho de 2024, centenas de manifestantes invadiram o Parlamento e a polícia abriu fogo contra eles.

Leia Também: 'Blogger' morreu sob custódia no Quénia e protestos já fizeram 22 feridos

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