"Considerando o uso indevido da rede de comunicações do país pelo inimigo agressor para fins militares e a ameaça à vida e à propriedade do povo oprimido, as autoridades competentes decidiram impor restrições temporárias ao acesso dos utilizadores à Internet", justificou o ministério iraniano, segundo a agência de notícias Mehr.
As autoridades iranianas confirmaram deste modo a informação anteriormente avançada pela NetBlocks, empresa especializada na monitorização de sistemas de comunicação eletrónica em zonas de conflito, dando conta de um "apagão quase total" em todo o país.
"Os dados da rede em tempo real mostram que o Irão enfrenta agora um apagão nacional quase total da Internet", informou na rede X.
A NetBlocks referiu que o Irão já estava a sofrer "uma série de interrupções parciais" na sua rede nos últimos dias.
De acordo com a agência Associated Press (AP), as autoridades iranianas têm vindo a restringir o acesso da população a comunicações com o exterior.
Os serviços telefónicos e de Internet foram interrompidos, com os telefones fixos impossibilitados de receber ou fazer chamadas internacionais, descreveu a AP, reproduzindo procedimentos semelhantes durante os últimos grandes protestos nacionais no país.
Os 'sites' internacionais pareciam bloqueados, mas os locais estavam a funcionar, provavelmente sinalizando que o Irão tinha ativado a chamada "rede halal", a sua versão de Internet controlada, com o objetivo de limitar o que o público pode ver.
A televisão estatal instou na terça-feira os iranianos a remover a aplicação de mensagens WhatsApp dos seus telemóveis, alegando, sem demonstrar, que recolhia informações dos utilizadores para enviar para Israel.
Em comunicado, o WhatsApp afirmou estar preocupado com o facto de "estas notícias falsas servirem de desculpa" para o bloqueio dos sues serviços "no momento em que as pessoas mais precisam".
Israel lançou um ataque contra o Irão na madrugada de 13 de junho, alegando ter informações de que Teerão se aproximava do "ponto de não retorno" para obter uma bomba atómica.
Os ataques israelitas causaram pelo menos 232 mortos, incluindo altos comandos militares e cientistas que trabalhavam no programa nuclear, segundo dados oficiais.
O Irão, que alega que o seu programa nuclear tem fins pacíficos, ripostou com o lançamento de mísseis e drones contra várias cidades israelitas, onde as autoridades admitiram pelo menos 24 mortos.
Leia Também: Pentágono já deu a Trump opções de intervenção no conflito Israel/Irão