O magistrado deu ao Governo até às 09h30 (14h30 de Lisboa) de hoje para recorrer da sua decisão, o que não aconteceu, pelo que os advogados do estudante da Universidade de Columbia pediram ao juiz que ordenasse a sua libertação.
O juiz respondeu prorrogando o prazo para o Governo recorrer até às 13h30 desta tarde (18h30 de Lisboa).
O executivo argumentou então junto do juiz que a sua ordem não proíbe as autoridades norte-americanas de manterem Khalil -- um dos principais líderes dos protestos pró-Faixa de Gaza na Universidade de Columbia -- detido por outros motivos.
"Embora o tribunal tenha concluído que era improvável que Khalil fosse detido por qualquer outro motivo, o tribunal nunca sustentou que seria ilegal que os arguidos detivessem Khalil com base em qualquer outra acusação passível de deportação" que não a alegada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, defendeu o Governo dos EUA.
O Departamento de Justiça referiu que em março último, o ativista - casado com uma cidadã norte-americana -- foi acusado de ter ocultado informação, ao pedir o visto de residência permanente ("green card"), sobre o seu envolvimento em determinadas organizações ou sobre o seu trabalho no gabinete da Síria na embaixada britânica em Beirute, no Líbano, após 2022.
Os Serviços de Cidadania e Imigração consideram que é fraude mentir num pedido deste tipo e essa questão não está contemplada na ordem de quarta-feira do juiz Farbianz.
Os advogados do Departamento de Justiça afirmaram ainda que "um estrangeiro como Khalil pode ser detido enquanto aguarda o processo de deportação, independentemente da acusação que o justifique".
Explicaram que o estudante, detido desde 08 de março, pode pedir a libertação através dos processos administrativos apropriados, primeiro perante um funcionário do Departamento de Segurança Nacional e, depois, através de uma audiência de reatribuição da custódia perante um juiz de imigração, se necessário.
"Deve demonstrar ao funcionário, ou ao juiz de imigração, que a sua libertação não representaria um perigo para a propriedade ou para as pessoas, e que se responsabiliza pela comparência em novos procedimentos", refere-se no seu recurso.
"Tais procedimentos administrativos são as vias apropriadas para Khalil procurar obter a libertação, sem que um tribunal distrital federal decida que o Governo não pode deter Khalil sob uma acusação que o tribunal nunca considerou ilegal", insistiram.
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