Os deputados votaram 243 a 210 a favor do governo, graças ao apoio dos partidos que formam a coligação governamental (centro-liberal), não tendo sido registadas abstenções, anunciou o parlamento polaco, segundo as agências de notícias internacionais.
A votação foi precedida por um acalorado debate sobre a gestão do governo de coaligação liderado por Tusk, cuja estabilidade está ameaçada após a vitória do nacionalista Karol Nawrocki, apoiado pelo partido opositor Lei e Justiça (PiS), nas eleições presidenciais de 01 de junho.
As mais de 260 intervenções dos deputados, muitas delas interrompidas por tumultos nas bancadas, refletiram o clima de tensão e confronto que atravessa a cena política do país.
No seu discurso antes da votação, o primeiro-ministro aproveitou para insistir nas conquistas da gestão e lembrar os processos pendentes na Justiça contra vários membros do governo anterior (PiS), agora na oposição, e reivindicou os seus esforços para "corrigir a situação e retomar a colaboração com a Comissão Europeia".
Pouco antes da sessão, o governante tinha apelado para "não desistir", numa mensagem divulgada através da rede social X.
Tusk anunciou que pretende reformar a composição do gabinete em julho, um plano com o qual procura renovar a imagem do governo e que, como explicou, se concentrará mais em questões estruturais do que em "nomes concretos".
Além disso, prometeu que o governo que lidera acabará com a impunidade e responsabilizará os políticos pelos seus atos, numa tentativa de afastar o país das fricções com a União Europeia do governo anterior --- uma questão que levou ao congelamento de milhares de milhões de euros em ajudas.
Tusk solicitou a votação após a derrota do seu aliado político, Rafal Trzaskowski, nas recentes eleições presidenciais, um resultado que o deixou enfraquecido e a necessitar de uma forma de reafirmar a sua autoridade.
A derrota de Trzaskowski fez baixar a popularidade de Tusk, antigo presidente do Conselho Europeu, e provocou um aumento da tensão no seio da coligação governamental.
Na semana passada, o primeiro-ministro e líder da Plataforma Cívica (PO), Donald Tusk, juntou-se a Szymon Holownia, da Polónia 2050, a Wlodzimierz Czarzasty, da Esquerda, e a Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, do Partido Popular, numa declaração de disponibilidade para prolongar a coligação e superar a moção de confiança.
O primeiro-ministro polaco explicou a necessidade da votação afirmando que a Polónia está numa nova realidade, após as eleições presidenciais.
[Notícia atualizada às 16h59]
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