"Vá em frente, prenda-me", disse Gavin Newsom no domingo na estação MSNBC, referindo-se a Tom Homan, o principal conselheiro de imigração de Donald Trump e arquiteto da sua política de deportação em massa de imigrantes ilegais.
Questionado hoje à chegada à Casa Branca sobre estas declarações, Donald Trump respondeu: "Eu faria isso se fosse o Tom [Homan]", acrescendo que "seria ótimo, [o governador] fez um trabalho horrível".
Logo de seguida, Gavin Newsom ripostou na rede X, condenando: "O Presidente dos Estados Unidos acaba de pedir a prisão de um governador em exercício", numa linha que "não pode ser ultrapassada como nação" e num "um passo inegável em direção ao autoritarismo".
Não é possível distinguir se os comentários de Donald Trump em relação a este caso são puramente provocatórios ou se sinalizam uma intenção genuína.
Nos últimos dias, o Presidente republicano intensificou os ataques contra Gavin Newsom, considerado uma esperança para o seu partido nas eleições presidenciais de 2028, enquanto Los Angeles foi abalada pelos confrontos entre as autoridades policiais e os manifestantes contrários à política de imigração do Governo.
Donald Trump ordenou o envio da Guarda Nacional, uma força de reserva do Exército, para a metrópole californiana contra a vontade do governador.
O procurador-geral da Califórnia e Gavin Newson anunciaram hoje que "estão a processar Donald Trump" e a pedir ao tribunal que anule a ação do Presidente de "federalizar a Guarda Nacional da Califórnia".
As autoridades estaduais vão pedir uma ordem de restrição para interromper a mobilização, numa ação que, segundo o procurador, será apresentada ainda hoje.
Na rede X, o governador acusou Trump de fabricar uma crise, que "está a criar medo e terror para assumir o controlo de uma milícia estadual e violar a Constituição" dos Estados Unidos.
"Qualquer governador --- republicano ou democrata --- deveria rejeitar este exagero ultrajante", criticou.
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