"Perdeu-se mais uma oportunidade para travar o monstruoso derramamento de sangue e a fome em Gaza, que causou aproximadamente 55 mil mortos e 125 mil feridos entre palestinianos", acusou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, num comunicado publicado na página oficial 'online' da diplomacia de Moscovo.
Na mesma nota informativa, o ministério russo expressou a convicção de Moscovo de que "este ciclo vicioso de violência e sofrimento só pode ser quebrado através de um cessar-fogo completo e abrangente, da libertação de todos os reféns e pessoas detidas à força, de um amplo acesso humanitário e do relançamento do processo de paz".
A diplomacia russa sublinhou ainda que a solução para o conflito israelo-palestiniano assenta na criação de dois Estados (Israel e Palestina), uma fórmula defendida por cada vez mais países.
Trata-se da sexta vez que os EUA vetam uma resolução crítica a Israel desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023.
A Rússia, juntamente com outros 13 membros do Conselho de Segurança, incluindo países mais próximos de Israel, como a França e o Reino Unido, votou a favor da resolução que continha apenas três exigências: um cessar-fogo, a libertação de reféns detidos pelo grupo islamita Hamas e a facilitação de ajuda humanitária em larga escala à Faixa de Gaza, que sofre uma crise humanitária sem precedentes.
O texto esteve em negociação entre os 15 membros do Conselho durante duas semanas até chegar a "um consenso razoável", como disse o representante esloveno junto da ONU, Samuel Zbogar, mas acabou por ser rejeitado pelos Estados Unidos, que responsabilizaram o Hamas pelo conflito e exigiram que este depusesse imediatamente as armas.
Tal como os EUA, a Rússia também integra o grupo dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, com poder de veto.
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