Desde 2014, os migrantes irregulares do Níger e de outros países africanos têm sido regularmente expulsos da Argélia, um ponto de trânsito para a Europa.
No domingo e na segunda-feira, um total de 1.466 migrantes chegaram a Assamaka, uma cidade na fronteira com a Argélia, disseram hoje as autoridades da prefeitura de Arlit, uma cidade no norte do Níger.
O primeiro grupo, que chegou no domingo, era composto por 688 nacionais de cerca de dez países da África Ocidental, incluindo 239 nigerianos, detalharam as autoridades.
O segundo grupo, de 778 nigerianos, incluindo 222 menores, chegou na segunda-feira em 13 camiões e uma carrinha, acrescentaram.
Entre 01 e 30 de maio, 8.086 migrantes (5.287 do Níger e 2.799 de outras nacionalidades africanas) tinham sido expulsos por Argel, segundo uma contagem das autoridades.
Em abril, outros 6.737 foram reconduzidos para o Níger, segundo as autoridades.
Estas expulsões representam mais de metade dos 31 mil migrantes que Argel terá repatriado durante todo o ano de 2024, muitas vezes em "condições brutais", segundo a organização não-governamental (ONG) local Alarme Phone Sahara.
Esta ONG denunciou recentemente uma "violação dos direitos humanos" e exigiu "o fim imediato das detenções e expulsões em massa" por parte da Argélia.
Em meados de maio, as autoridades nigerinas anunciaram que previam repatriar "mais de 4 mil migrantes" para o seu país de origem até julho, a fim de evitar "uma catástrofe humanitária" no norte do Níger, acelerando uma operação regular de repatriamento levada a cabo pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), da ONU.
No final de janeiro, o general Mohamed Toumba, ministro do Interior do Níger, declarou que esta situação "perturbava o equilíbrio da segurança" no país, governado por um regime militar há quase dois anos.
Em novembro de 2023, o regime militar do Níger revogou uma lei de 2015 que criminalizava o tráfico de migrantes.
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