Um professor de alemão, do Instituto Superior de Nápoles, em Itália, foi suspenso por ter feito uma publicação no Facebook a desejar que a filha da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, tivesse o mesmo destino que Martina Carbonaro, uma adolescente de 14 anos, da zona de Afragola, que foi vítima de feminicídio por parte de um ex-namorado.
O Ufficio Scolastico Regionale per a Campânia, um órgão do Ministério da Educação italiano, justificou a suspensão como forma de "garantir e proteger a serenidade da comunidade escolar".
Entretanto, ainda antes da suspensão conhecida esta terça-feira, o docente reconheceu que a publicação foi "inaceitável" e sublinhou que quer assumir "toda a responsabilidade moral".
"Fui superficial e até pedi ajuda à Inteligência Artificial para compor aquele post publicado nos meus perfis de redes sociais. Foi um erro grave ter dito coisas assim em relação a uma menina. Peço desculpa. Apercebi-me da gravidade. Nas aulas nunca falei de política. Foi um erro", explicou Stefano Addeo à rádio regional italiana TGR Campania.
Em declarações ao jornal italiano La Repubblica, o professor também culpou a Inteligência Artificial por aquilo que desejou a Ginevra Meloni, de 8 anos.
"Vi na televisão, na sexta-feira, que o governo não se estava a distanciar da guerra em Israel. Pedi ao ChatGPT para criar uma mensagem a criticar Meloni. Esta coisa louca surgiu e eu publiquei-a", argumentou o professor.
A publicação de Stefano Addeo foi criticada por todos os partidos políticos em Itália, desde a coligação do governo aos partidos da oposição.
O homem será ainda investigado, pela polícia, pelo crime de incitação ao ódio.
Leia Também: "Boa sorte". Meloni felicita Nawrocki por vitória nas presidenciais