Trata-se de Elisabeth Gil, de 37 anos, mãe de dois filhos, que desapareceu na localidade valenciana de Cheste, depois de as águas terem arrastado o veículo que conduzia.
O carro foi localizado, vazio, em 13 de fevereiro, na ravina de Poyo.
A decisão levou à dissolução do Centro de Integração de Dados (CID), criado na sequência das inundações.
O CID era um órgão técnico composto pela equipa forense e pelas Forças e Corpos de Segurança do Estado, que tinha como principal função a identificação das vítimas mortais.
Nos sete meses de funcionamento, o CID contabilizou 227 vítimas, 224 mortos e três desaparecidos.
A vítima 228, o número oficial de mortos até ao momento nas cheias de Valência, foi contada em março, segundo a EFE.
Trata-se de uma mulher que sofria de leucemia, necessitava de transfusões de sangue regulares e de assistência respiratória com oxigénio e que, depois de ter ficado sem essa assistência, morreu no Hospital La Fe em 12 de novembro de 2024.
Esta última vítima não foi contabilizada pelo CID porque não foi efetuada a autópsia nem existia um processo de desaparecimento, tendo a sua morte sido comunicada diretamente ao tribunal, explicaram à EFE fontes judiciais.
As mesmas fontes disseram que os números tratados pelo CID são independentes dos do tribunal e que o número total de vítimas será determinado pelo Tribunal de Instrução nº 3 de Catarroja quando este concluir o processo que está aberto.
Das 227 vítimas contabilizadas pelo CID, 136 são homens e 91 são mulheres.
Entre o final de outubro e o início de janeiro, foram efetuadas autópsias a 224 vítimas mortais, o que significa que 221 corpos já tinham sido totalmente identificados antes do primeiro mês das inundações.
Do total de identificações, 171 foram efetuadas através de impressões digitais, 48 através de ADN e outros cinco casos envolveram identificações em direto nos hospitais.
As três pessoas, dois homens e uma mulher, que ainda hoje se encontram desaparecidas foram declaradas mortas pelos tribunais.
Além de Elisabeth Gil, os outros são Francisco Ruiz, 64 anos, e José Javier Vicent, 56.
Segundo o primeiro relatório da investigação judicial, aberta para apurar eventuais responsabilidades políticas na tragédia, a maioria das vítimas morreu antes de ter sido enviado o alerta da proteção civil para os telemóveis.
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